O plano de gestão para a saúde anunciado na manhã desta quarta-feira é uma mudança de foco na administração do sistema. A medida foi tomada depois que o governo percebeu que aumentar os recursos para a área e contratar mais profissionais teve efeito inverso na produtividade. Desde 2004 a produtividade por funcionário caiu 37% e no mesmo período, gastos com pessoal subiram 151%.

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O secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, afirma que os dados mostraram que é preciso melhorar a gestão. O plano apresentado se baseia na ideia de ganho de produtividade e recompensa aos profissionais que desempenharem bem as funções. O dispositivo serve para os diretores dos 14 hospitais do Estado, que podem receber até R$ 15 mil mensais, e os médicos que podem ultrapassar este valor.

Para o plano funcionar será crucial a adesão dos médicos. O governador, Raimundo Colombo (PSD), está confiante na parceria porque as entidades que representam a categoria participaram da elaboração do programa. Ele ressaltou que houve vários ajustes nas medidas provisórias (MP) assinadas porque qualquer erro poderia causar implicações jurídicas.

– Esta MP mudou 39 vezes até assumir a forma final.

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O secretário da Fazenda acrescenta que o ganho salarial é outro fator para convencer os médicos. Gavazzoni diz que o bônus abrange também diretores e gerentes. Todo o controle será efetuado por um sistema alimentado pelos hospitais. Ele conta ainda que a implantação das medidas são imediatas, mas que algumas consomem mais tempo.

É o caso dos oito centros de regulação, que serão criados e ficarão responsáveis por fazer o controle das vagas e salas de cirurgias de todos os hospitais do Estado. Entre as funções do sistema está a administração das listas de operações, mas para que ele começe a funcionar é preciso investir R$ 3 milhões e contratar pessoal, o que exige tempo. Por enquanto, a viabilidade das centrais é estudada em uma unidade piloto localizada em Joinville.

O plano do governo é composto por três medidas: repasse aos municípios de R$ 0,30 por habitante; criação da central de regulação; e profissionalização da gestão hospitalar com premiação por produtividade.

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