O novo valor da passagem de ônibus, que entrou em vigor à zero hora desta segunda-feira em Joinville, ainda gera protestos.
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Usuários se mostram descontentes com os novos valores de R$ 4 (antecipada) e R$ 4,50 (embarcada). Anteriormente, os valores eram R$ 3,70 e R$ 4,50.
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Para os usuários, a conta que deve ser feita não leva em consideração apenas os R$ 0,30 do aumento.
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Samanta Aparecida de Oliveira já faz as contas para ajustar o orçamento. Ela tem 20 anos e toma dois ônibus todos os dias para ir para o trabalho. Ela mora no bairro Paranaguamirim, na zona Sul de Joinville, e trabalha em uma lanchonete no Centro.
Embora tome quatro ônibus, ela precisa de dois passes, um para ir para o trabalho e outro para voltar.
A conta dela não fecha porque precisa deixar a filha pequena com uma cunhada, no bairro Jarivatuba, ao lado do Paranaguamirim. Assim, além dos passes garantidos pelo sistema de vale-transporte, subsidiado pela empresa, ela precisa tomar um terceiro – e às vezes, um quarto – ônibus, todos os dias, para levar deixar a filha até a casa da cuidadora.
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– Faz muita diferença o preço da passagem. São R$ 8 por dia. Com eu só tenho quatro folgas por mês, são 26 dias – diz. Se ela usasse dois passes por dia durante todos os 26 dias trabalhados no mês, seriam gastos R$ 208 a mais, além do transporte subsidiado para o trabalho. Esse valor é superior a 10% do que ela recebe todo mês.
Para entender melhor
Depois de ser questionado por eleitores, o vereador Richard Harrison (PMDB), decidiu que precisava de mais informações para entender a planilha. Ele fez um questionamento ao Executivo pedindo informações detalhadas da formação da tarifa e do aumento.
– Não estou fazendo juizo de valor. É para entender mesmo e facilitar o entendimento da população. Eu represento a comunidade e estão me questionando. Como eu não sei exatamente como funciona… Eu também acho que é preciso ter um jeito de facilitar o acesso, pode ser um site, enfim. Sabendo as bases que levaram a este reajuste, certamente será possível entender para os próximos anos – disse o vereador, que faz parte da base do governo Udo na Câmara.
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Com o objetivo de barrar o reajuste, o Movimento Passe Livre realiza manifestação nesta segunda-feira, a partir das 18 horas, na praça da Bandeira, ao lado do terminal do Centro.
O aumento da passagem atendeu às planilhas técnicas das empresas e da Seinfra, assim como aconteceu no final de 2015, quando as empresas Gidion e Transtusa conseguiram liminar para que os valores acompanhassem a planilha. Essa decisão também foi mantida pelo Tribunal de Justiça.
Outras cidades (*)
Brasília (DF) – 5,00
Campinas (SP) – R$ 4,50
Guarulhos (SP) – R$ 4,50
Barueri (SP) – R$ 4,20
São Caetano do Sul (SP) R$ 4,10
Santo André (SP) – R$ 4,10
Belo Horizonte – R$ 4,05**
Florianópolis – R$ 3,90
Salvador (BA) – R$ 3,60
(*) As cidades têm sistemas diferenciados de bilhetagem e modelos de transporte público.
(**) Valor médio dos vários tipos de passagem.