O aumento no preço dos combustíveis afeta diretamente quem tem o veículo como ferramenta de trabalho. É o caso do motoboy Kleiton Weber, que é autônomo e precisa negociar diretamente com o cliente o valor das entregas. Quando a gasolina sobe, é o momento de avaliar como não ficar no prejuízo.
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– Nós já temos um preço definido com quem contrata o serviço. Com a alta teremos que alterar esse valor e muitos clientes não entendem e começam a procurar outro profissional com menor valor, às vezes deixando de lado a qualidade. Já perdi cliente quando tivemos que renegociar os valores devido à alta do combustível – lamenta o motoboy, que trabalha na área há oito anos.
Com a gasolina acima de R$ 4 em Blumenau, ele diz vai aguardar um mês. Se não houver uma redução, o custo pode pesar na hora de negociar com os clientes:
– Se continuar como está teremos que dividir esse custo com o cliente, infelizmente. Um acréscimo que gira em torno de R$ 2 acima da tabela que já praticamos, e que depende da região.
Sérgio Luiz Zoz é motorista de um serviço de aplicativo em Blumenau. Dirige um carro movido somente a gasolina e é considerado uma espécie de rei da planilha pelos colegas, justamente porque tem todos os gastos com o trabalho calculados. Mesmo assim, o valor dificulta bastante a lucratividade.
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– A relação que antes era de aproximadamente oito viagens para conseguir em torno de R$ 100, descontando o valor do aplicativo, agora é de quase 13 viagens. O combustível tem sido o maior vilão – reconhece.
Por mais que a alta da gasolina seja o que mais espante a maioria dos motoristas, no diesel o aumento também é expressivo. Pior para profissionais como Roni da Silva, 51 anos, que trabalha há 20 anos com caminhão de frete.
– Quando comecei a trabalhar, viajávamos a R$ 0,50 por quilômetro e o litro de diesel era R$ 0,36. Hoje o litro está entre R$ 3,50 e R$ 3,70 e a gente cobra R$ 1,80 por quilômetro, olha a diferença. É um absurdo, a gente não consegue repassar – afirma.
É possível amenizar a situação atrás do volante?
Quando o bolso do consumidor é afetado com o aumento da gasolina é preciso buscar alternativas para economizar. Simples atitudes ao volante, por exemplo, e uma manutenção adequada podem contribuir para um melhor desempenho do veículo, que resulta em um menor consumo de combustível.
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– A economia no consumo passa por três pilares: comportamento do motorista, perícia ao volante e manutenção básica. Não esticar a marcha, ficar parado na sinaleira acelerando o carro, são coisas básicas. Se alterar a forma de andar, vai ter reflexo no consumo, milagre ninguém faz – afirma Edson Bulhmann, especialista em mecânica automotiva.
Para Bulhmann, hoje o combustível comercializado possui muito álcool, que aumenta a ingestão do motor. Por isso, uma manutenção básica da parte de ignição, dos filtros de ar – que quando entupidos aumentam em 30% o consumo –, vai acabar resultando no rendimento do veículo, que consequentemente vai reduzir o uso do combustível.