“A medida adotada pelo governo federal unificando em 6,38% a alíquota do IOF para todas as operações feitas no exterior (cartões de crédito, débito, saques em moeda estrangeira etc.) tende a enfraquecer um mercado que vinha crescendo nos últimos anos. De janeiro a novembro de 2013, o pré-pago de viagem movimentou R$ 3,04 bilhões, segundo o Banco Central _ ou 14% do total dos gastos de brasileiros fora do país.

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Apesar da justificativa de que a medida visa a corrigir o déficit nas viagens internacionais, no curto prazo o impacto é praticamente nulo. As viagens para o Exterior deste início de ano já programadas não tendem a ser alteradas. O que deve ocorrer é uma fuga dos cartões pré-pagos para a moeda em espécie. Os brasileiros continuarão gastando no Exterior, mas recorrerão mais à moeda em espécie, aumentando o risco de quem viaja para outros países.

O que chama a atenção é o atropelo da medida, em plena temporada de férias, trazendo insegurança para quem está de viagem marcada. O fortalecimento do turismo nacional e a contenção da fuga de dólares através das compras internacionais são importantes, mas não podem ocorrer à custa dos que querem viajar e que já sofrem com a instabilidade da cotação do real.

Muito mais eficaz seria se o poder público buscasse medidas para a qualificação do turismo interno, com melhoria da infraestrutura, diminuição das filas nas rodovias, combate à falta de luz e água na temporada e outros problemas que empurram o brasileiro para o Exterior. Isso sem falar no diferencial de preços entre os produtos importados e nacionais, advindo de uma estrutura tributária onerosa às empresas nacionais. Ao invés de aumentar impostos de maneira persistente, por que não diminuí-los e sanar os reais problemas do país? Essa é a questão a ser respondida em 2014.”

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