Não são apenas músicos e participantes que elogiam as experiências oferecidas pelo Festival de Música de Santa Catarina (Femusc). Aos poucos, o festival começa a mostrar sua personalidade, atraindo turistas de outras regiões do Estado e do País. A procura vem crescendo por causa da qualidade musical executada nos diversos palcos do evento, aliada à possibilidade de conhecer Jaraguá do Sul e seu região.
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No ano passado, o casal paulista Wolfgang Kreidel, 71, e Anneli, 70, acompanhou a maratona do festival. A experiência rendeu convite para que o restante da família vivenciasse a edição de 2014.
– O Femusc nos impressionou. É tudo concentrado em um lugar: podemos assistir a quatro horas de música diárias de ótima qualidade. Gostamos tanto que neste ano trouxemos reforço – sorri Wolfgang.
Na abertura do 9º Femusc, o grupo de sete pessoas desembarcou em Jaraguá. Além do casal, vieram os irmãos de Wolfgang, Margot Schaffland, 70, Inge Dislich, 73, e Harald Kreidel, 74, que trouxe a esposa Silvia Kreidel, 66, além do irmão de Silvia, Victor Wellbaum. Todos os dias, eles acompanham as apresentações desde as 18 horas até após as 22 horas, quando encerra-se a série Grandes Concertos.
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– É tudo tão variado que não fica cansativo – afirma Margot.
O grupo é formado por amantes da música, arte que os acompanha há anos. Wolfgang, Anneli e Margot tocam bandolim; Margot, Inge e Silvia cantam em corais. Quanto a Harald?
– Eu apenas escuto – sorri.
Conforme a diretora executiva do Vale dos Encantos Convention Bureau, Ariane Raizer, esse é o perfil do público que viaja para ver o Femusc: são pessoas que já têm o apego e a convivência com a música erudita. É pelo Convention Bureau que são atendidos muitos pedidos de informações de turistas do Femusc. Conforme ela, o movimento cresceu até 40% em 2014 em relação a 2013.
A origem dos visitantes inclui São Paulo, Curitiba, Florianópolis e o Alto Vale. Ela avalia que a divulgação do evento na mídia nacional influenciou no aumento, fato confirmado pelo grupo paulistano: Wolfgang e Anneli conheceram o festival por uma revista, Margot assistiu a uma reportagem na televisão.
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Desafio é seduzir público leigo
Quem vem de longe acompanhar o Femusc aproveita a viagem para conhecer os pontos turísticos da região. O grupo paulistano encantou-se com Corupá e a Rota das Cachoeiras e também apreciou a vista do morro da Boa Vista. Harald, inclusive, empolgou-se com a ideia de um voo livre. Operadoras de turismo aproveitam a oportunidade para explorar os espaços do município. A Ceretur, de Florianópolis, vende pacotes para três dias: de sexta-feira a domingo, os turistas são convidados a prestigiar o Femusc à noite e dedicar os dias a passeios em Corupá e na Rota Alemã. Apesar de muito conhecido entre o público ligado à música, o festival ainda não atrai os olhares do público não especializado.
Há cinco anos trazendo grupos para o festival, a diretora-geral da empresa, Ely Ribeiro da Silveira, ainda sente a dificuldade de promover o evento entre turistas – quem adere à viagem, normalmente já conhece tanto a cidade quanto o Femusc e costuma voltar em anos seguintes.
Apesar de fechar grupos a cada ano, o passeio de 2014, programado para o próximo fim de semana, pode não se concretizar.
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– Ainda não consegui fechar o número mínimo de pessoas, que é oito. Tanto o Femusc quanto Jaraguá do Sul não se divulgam turisticamente. Seria necessário um trabalho mais intenso junto às grandes operadoras do setor – avalia.