O câncer de mama é o que tem mais incidência no Brasil entre as mulheres, com 30% dos casos, e é também a primeira causa de morte por câncer em mulheres no país. Em todo o mundo, há 684.996 óbitos estimados para 2022 (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres), segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
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A incidência e a mortalidade por câncer de mama tendem a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, e apesar da maior probabilidade da doença atingir mulheres acima dos 50 anos, um dado da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) chama a atenção: o aumento dos casos de câncer de mama entre mulheres mais jovens, antes dos 35 anos.
Historicamente, mulheres nessa faixa etária representavam apenas 2% dos casos, mas o número subiu para 5%. Estima-se que somente 10% dos casos aconteçam antes dos 40 anos. Mas, mesmo sendo a minoria, este número é um alerta para cuidados específicos.
Diagnóstico tardio
A predisposição genética hereditária é um fator de risco para a faixa etária mais jovem, mas poucas mulheres conhecem seu histórico familiar e por essa razão não tratam no devido tempo. Em mulheres jovens existe uma maior incidência de tumores com características mais agressivas como o triplo negativo ou com superexpressão de HER2. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, por estarem fora do grupo de rastreio, o diagnóstico em mulheres mais jovens é feito tardiamente aumentando a possibilidade de doença avançada em idade precoce.
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Nos casos de algumas síndromes hereditárias existe um maior risco para desenvolvimento de novos tumores ao longo da vida, podendo ser necessário realizar a terapia nas duas mamas, mesmo que a neoplasia tenha sido encontrada em apenas uma delas, como forma de prevenção de casos futuros.
Fatores de risco e prevenção
O aumento da população e mudanças no estilo de vida também explicam a identificação de um maior número de casos da doença.
Estudos já demonstraram que mulheres que dão à luz com mais de 30 anos correm um risco 63% maior de ter a doença do que aquelas que se tornam mães aos 22 anos. O estilo de vida das pessoas, como menor número de filhos ou pela opção de não gestar, gestação após os 30 anos de idade, o sedentarismo, a obesidade, tabagismo, abuso de álcool e uma alimentação inadequada associados à uma rotina estressante são determinantes para o desenvolvimento do câncer de mama.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia é que o exame seja feito anualmente para mulheres a partir dos 40 anos com risco habitual e a partir dos 25, 30 anos para mulheres de alto risco. O diagnóstico precoce e o início do tratamento em fases iniciais reduz de forma substancial o risco de mortalidade pela doença.
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Também é recomendável que mulheres façam o autoexame, observando e apalpando as mamas para descobrir possíveis alterações. É preciso dar atenção a sinais como nódulos mamários, aumento progressivo da mama com sinais de edema, retração da pele da mama, mudança no formato do mamilo, entre outros. Investir em uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos regularmente e evitar o consumo de álcool e cigarro. Ao menos 30% dos casos podem ser evitados aderindo a um estilo de vida saudável e realização periódica da mamografia.
Alguns desses fatores não são controláveis, outros dependem apenas de maior conscientização da população, mas é possível encontrar um equilíbrio que favoreça a saúde e os hábitos modernos se cada um fizer a sua parte.
Tratamento
As opções de tratamento são múltiplas e dependem da fase da doença, do tipo de tumor, da idade da paciente, entre outros fatores, não levando em conta a idade da mulher, mas as características tumorais.
– Primeiramente precisamos avaliar o subtipo tumoral e se a doença é localizada ou avançada, isso determinará a forma de tratamento – avalia o médico oncologista, Dr. Juliano Coelho.
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O especialista reforça ainda que as opções de tratamento medicamentoso levam em consideração a presença de receptores hormonais positivos ou negativos, hiperexpressão de HER2 e presença de alteração genética como BRCA.
Em todo caso, é importante lembrar que quanto mais cedo o diagnóstico e tratamento forem realizados, maiores as chances de cura.
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