As aulas no campus do Instituto Federal Catarinense (IFC) de Araquari retornaram nesta segunda-feira, depois de um mês de ocupação dos estudantes em protesto à PEC 241 (55 no Senado Federal) e a reforma do ensino médio.
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O retorno das aulas no campus, ocupado no dia 19 de outubro, ocorreu após assembleia realizada pelos estudantes. A gestão do campus emitiu um comunicado e destacou a “maturidade e integridade dos alunos que sempre estiveram à disposição para construir um processo de diálogo, confiança e compromisso”.
Em nota, o movimento Ocupa IFC informou que elaborou uma pauta de reivindicações que serão encaminhadas à gestão do campus. Os estudantes também agradeceram as doações feitas durante a ocupação, as palavras de apoio e aqueles que ministraram alguma oficina no campus.
?”O Ocupa IFC foi um movimento gratificante para cada um de nós. Nós tivemos a oportunidade de expandir nossos conhecimentos e fazer parte da Primavera Secundarista. Muitas barreiras foram quebradas e hoje podemos olhar nossa instituição com outros olhos. Nós aprendemos no dia a dia o quão difícil é manter um campus, fazer a limpeza, conviver com pessoas de diferentes idades e cursos, manter a comida, organizar oficinas e saber lidar com cobranças. Gostaríamos hoje de declarar que a juventude é muito mais do que dizem que somos. A juventude sabe o que quer do futuro, é politizada, é organizada e, principalmente, a juventude sabe o tamanho da força que a união tem”, diz a nota.
O movimento foi liderado pelos estudantes secundaristas, mas também contou com o apoio de estudantes do ensino superior. Na semana passada, as aulas já haviam retornado parcialmente. No site do IFC, a gestão também publicou uma nota comunicando a retomada das aulas.
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? A gestão, desde o início do movimento, assumiu a postura de diálogo e conciliação entre todas as partes envolvidas. Da mesma forma, sempre considerou que o movimento dos alunos deve ter o seu espaço para manifestação preservado, independente de qual seja o posicionamento, na mesma medida em que considerou também fundamental que o direito de todos seja respeitado. Com base nestes princípios a gestão procurou, ao longo destes 30 dias, promover o diálogo com o movimento e com a comunidade do campus, sempre visando preservar a ordem e a integridade tanto do patrimônio quanto dos servidores e alunos ? diz o comunicado.
A nota ainda destaca que a gestão “agiu dentro da lei e no atendimento de todas as regras que o cargo lhe exige”.
? O período exigiu paciência e capacidade de negociação, e é nesta visão que foi conduzido todo o processo. Agradecemos o auxílio recebido de todos os envolvidos neste processo que, evidentemente trouxe algum nível de estresse no campus, porém é inegável que teve o seu valor na construção e fortalecimento da cidadania de toda a comunidade. Também é importante registrar a maturidade e integridade dos alunos que sempre estiveram à disposição para construir um processo de diálogo, confiança e compromisso.
A gestão do campus informou que o próximo passo é a construção do modelo de reposição das aulas, tarefa que será realizada com a comunidade do campus nesta semana. A direção convocará os estudantes e servidores para apresentar um relato do processo envolvido durante a ocupação.
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