O ano letivo finalmente começou para cerca de 600 alunos da Escola Municipal Ceniro Martins, em São José, na Grande Florianópolis. As aulas, que eram para terem retornado no dia 18 de fevereiro, voltaram nesta segunda-feira (11), após serem concluídas as obras de reparo na estrutura do prédio onde funcionam cinco das 10 salas de aula. No entanto, a escola continua com o canteiro de obras montado, pois ainda faltam a construção de um pátio coberto, de uma quadra de esportes e a ampliação das salas e banheiros.

Continua depois da publicidade

Marcos Espíndola, um dos diretores da unidade, explica que, em julho de 2018, durante uma obra de manutenção no telhado, a escola foi atingida por uma chuva forte que rompeu e trincou as vigas de sustentação do prédio e do forro. O local precisou ser interditado. Com isso, para cumprir o calendário letivo, os alunos precisaram dividir as salas que sobraram e conseguiram repor as aulas em horários estendidos e aos sábados.

Nesse meio tempo, o Ministério Público entrou com uma ação civil pública contra uma construtora referente a uma obra irregular no município. Antônio Roberto Fernandes, também diretor da escola, explica que a empresa precisa indenizar o município e, ao invés de pagar em dinheiro, vai prestar alguns serviços, entre eles os reparos e ampliação da escola Ceniro Martins.

O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ainda não foi assinado, mas, por causa do atraso no início das aulas, foi feito um acordo para antecipar os trabalhos de reparo no prédio. A previsão era terminar a obra antes do dia 25 de fevereiro, quando iriam começar as aulas, mas, de acordo com a engenheira civil responsável pela obra, em entrevista ao Jornal do Almoço, Silvia Helena de Carvalho, um imprevisto na estrutura das paredes fez com que a conclusão atrasasse.

— Isso está deixando os pais indignados porque era algo para eles terem feitos nas férias, tiveram tempo para fazer a obra — diz Simone Schwambach Torquato, 30 anos, mãe de uma aluna de 11 anos que estuda no 6º ano da escola.

Continua depois da publicidade

Simone também fica preocupada com a segurança da filha e de outros alunos com relação aos serviços realizados no pátio da escola.

— Fui hoje na escola e a sensação que tive foi de bagunça, porque agora nem pátio as crianças têm para brincar. Ele foi fechado para obras. Eu acredito que é perigoso, pois eles colocaram os tapumes para isolar, mas e se cai uma tábua grossa daquelas, quem vai proteger os alunos? — questiona.

Reposição de aulas

A obra foi entregue apenas na semana passada. Cinco salas de aula receberam reparos nas vigas de sustentação e no telhado, mais pintura das paredes. Além da obra de reparo, o acordo prevê a construção de um pátio coberto, que já está em obras, uma quadra de esportes, duas salas de aula e dois banheiros com acessibilidade. Porém, segundo a prefeitura, ainda não há prazo para conclusão desses serviços, pois dependem do TAC com o Ministério Público.

Antônio garante que a escola está segura para os alunos mesmo com as obras ocorrendo no local.

— O que vai demandar mais tempo é a construção das salas, mas assim que eles terminarem o pátio coberto, vai ampliar o espaço dos alunos e vamos colocar o tapume mais para frente enquanto tiver obras das salas.

Continua depois da publicidade

Para correr atrás dos 13 dias de aulas perdidas, a escola decidiu repor de duas formas: os anos iniciais do ensino fundamental, de 1º a 5º ano, que têm aulas no período vespertino, terão o horário estendido em 45 minutos, até às 18h, com uma aula a mais por dia. Os anos finais, de 6º a 9º ano, vão repor aos sábados. E todos terão aulas até 23 de dezembro, sendo que as demais escolas do município encerrarão o ano no dia 16.