Às vezes a nossa idolatria aos europeus, com suas verbas astronômicas e gestão eficiente é tão grande, que acabamos esquecendo os méritos que o Brasil tem e sempre terá no futebol. Explico: Blumenau recebeu nessa semana o mestre em direito esportivo internacional Dev Kumar Parmar, uma das personalidades mais importantes dos bastidores da Premier League, na Inglaterra, e um dos responsáveis pela estruturação da Indian Super League, na Índia.

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Com seu sotaque tipicamente britânico, ele conversou comigo e, de forma até surpreendente, admito, elogiou alguns pontos por aqui. Três chamaram a atenção: primeiro ele se disse surpreso com o fato de o futebol brasileiro trabalhar com jogadores muito jovens, abaixo de sete anos, nos clubes – no Reino Unido, por exemplo, essa ligação entre atleta e times profissionais ocorre apenas a partir dos 13. Outro destaque, segundo Parmar, é o fato do poder público dar suporte e base para diversas modalidades, como acontece em Blumenau.

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O que mais chamou a atenção e, confesso, me surpreendeu, foi quando perguntei a ele se o Brasil, mesmo com a atual situação conturbada, ainda era o país do futebol. Parmar disse que sim, admitiu que os ingleses não suportam o fato de não serem os melhores do mundo, mesmo considerados os criadores do esporte.

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– Na Inglaterra, se vemos algum garoto jogando bem, dizemos que ele está jogando igual a um brasileiro – disse o mestre em direito esportivo em conversa na sede da OAB.

Essa visão de um estrangeiro mostra que ainda há o respeito internacional com o talento e tradição que temos em território verde e amarelo. Parece-me que as pessoas de fora acabam por respeitar mais a Seleção Brasileira do que nós mesmos – generalizando, claro. É mais um exemplo para a conta do viralatismo que já parece estar impregnado em alguns habitantes desse país tropical, abençoado por Deus e xarope por natureza.