Ao fim da partida de ontem, Cesar Paulista demorou mais do que o tempo normal para chegar à entrevista coletiva. À imprensa, ele disse que foi “uma conversa” e que não havia “nada de especial”, mas sabe-se que o cargo está comprometido. Antes mesmo da partida, era só reparar um pouco para perceber que havia algo errado com o treinador. Sexta-feira, a dois dias do confronto contra o Avaí, Cesar estava atipicamente para baixo, com respostas secas e objetivas. Não era aquele cara das frases prontas e de impacto, bem-humorado que, com um copo de café na mão, gesticulava para todos os lados ao se referir sobre o desafio que viria a seguir.

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Hoje durante as primeiras horas da manhã, toda a diretoria do Metropolitano vai se reunir para definir a permanência ou não do treinador e de jogadores. No frio do Estádio do Sesi, ontem à noite, conversei com o presidente Pedro Nascimento, e ele disse apenas que “alguma coisa vai acontecer”. Quando instigado sobre o que significaria isso na prática, ele se resumiu a dizer que “algo precisa ser mudado”. Instantes depois, telefonemas eram feitos, porém toda e qualquer decisão ficou realmente para a manhã de hoje. Mauro Ovelha e Marcelo Mabília foram os dois nomes comentados quando o relógio ontem já beirava as 19h.

A culpa é de Cesar? Sim. Mas também dos atletas, que parecem alunos do ensino médio que precisam levar notas baixas para tomar atitudes. Com o Metropolitano é assim. Os jogadores só acordam para a partida quando a situação já é praticamente irreversível. De nada adianta despertar o interesse por um jogo quando você já está perdendo e sendo completamente apático. Fato é que algo precisa ser mexido no extra campo, afinal de contas o rebaixamento bateu à porta, foi convidado para entrar e já até tomou um cafezinho.