O torcedor do Metropolitano historicamente é impaciente, convenhamos. Foi assim, por exemplo, com o volante Zé Lucas na reta final de sua passagem por Blumenau. Mal podia tocar na bola e era vaiado, ironizado, e a consequência disso eram alguns maus desempenhos em campo. Com o lateral-esquerdo Juninho também foi assim. Era o vilão da história, “o menino que não defende nem ataca” e, por muitas vezes, crucificado. No ano passado, perdeu a chance no time titular e foi trocado por Diego, que ao final do Estadual foi vendido ao Joinville e chegou a jogar a Série A. No Catarinense deste ano, novamente algumas más atuações e o jovem, que era a revelação das categorias de base em 2014, parecia se encaminhar para ser mais um nome na lista de eternas promessas.

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Parecia. Porque é aí que surge Cesar Paulista e o seu dom de resolver problemas no Metrô. No jogo contra o Ituano já achei que ele havia ido muito bem, consistente, apoiando no ataque e fazendo o “feijão com arroz” na defesa. Preferi manter cautela para não exagerar em cima do jogador por conta de uma partida, mas a atuação contra o Maringá faz valer esse texto.

Juninho, acovardado durante o início do ano, volta a honrar a expectativa criada por ele anos atrás. Teve personalidade para criar jogadas individuais, inteligência para saber os momentos certos de chegar ao ataque e, principalmente, vontade, que é algo que o torcedor gosta – e muito. E isso não é de agora. Já vem desde as três últimas rodadas do Estadual.

Ninguém desaprende a jogar bola e Juninho não poderia ser exceção à regra. Conversei com ele ao final da partida e me disse que as experiências que teve o ensinaram a “absorver as críticas” para definitivamente jogar futebol. Parece que Cesar, com sua conversa de boleiro e, por ter sido um grande jogador, deu confiança ao lateral, deixando ele à vontade dentro campo. E o Metropolitano precisa disso, porque boas atuações de Juninho são essenciais para alimentar a esperança de chegar à próxima fase.

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