Tiago Splitter e Duda Amorim são, provavelmente, os dois nomes que vêm à cabeça quando falamos de atletas revelados em Blumenau com sucesso no exterior. São dois expoentes e referências para os jovens atletas que hoje praticam as modalidades na cidade e que provam que os trabalhos de base, independentemente do esporte, têm a sua relevância.

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Seja social, seja com relação à saúde, a importância da presença de modalidades na educação de crianças e adolescentes é incontestável. Mas existe outro ponto que não pode ser deixado de lado: a criação de novos atletas que estejam preparados para o alto rendimento. E isso gera um debate mais aprofundado.

Jovens precisam de um fator motivador. Precisam ter espelhos. Vários, se possível. Precisam olhar para categorias acima e se imaginarem lá. Precisam sonhar. E disputar campeonatos em nível nacional é essencial no meio de toda essa história. A melhor notícia do mês até agora, de longe, para o esporte blumenauense foi a confirmação da participação do basquete da cidade na Liga Ouro, a segunda divisão do Novo Basquete Brasil.

Disputas de competições desse nível mobilizam torcedores, dão exposição às modalidades e atraem novos patrocinadores. A maior prova é o vôlei masculino que nesse ano conseguiu levar quase duas mil pessoas ao Galegão em apenas um jogo pela Superliga B. E todo esse conjunto impacta na base. Traz mais crianças e, como consequência, amplia o potencial de encontrar novos “Splitters” e “Dudas“.

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Quando martelamos, por exemplo, pela presença do handebol feminino de Blumenau na Liga Nacional, não é só pelo fato de termos mais produtos esportivos que possam ser consumidos pelo público (como na foto acima, com o Galegão lotado), mas também por servir de exemplos a outras jovens. É uma consequência. É um efeito cascata. Estar em evidência no cenário nacional não pode ser tratado pelo poder público como a cereja do bolo. Tem que ser a base.

Gestores esportivos – e aí incluímos diretamente a FMD – não podem pensar apenas no feijão com arroz e achar que tudo está ótimo da forma que está. É óbvio que estamos à frente de muitas outras cidades, mas para que isso melhore ainda mais são precisos passos mais largos, sem medo. É preciso sair de cima do muro. Definir prioridades. Encaixar o orçamento de forma a beneficiar esportes que tragam exposição é um exemplo, mesmo sabendo que muitos outros vão bater o pé e reclamar.