As derrotas e os números de 2015 ainda não foram esquecidos pelo torcedor do Blumenau Esporte Clube. Levar 8 a 0 do Porto, 8 a 1 do Hercílio Luz ou 9 a 0 do Juventus de Seara são fardos que terão de ser carregados para sempre por aqueles que têm ligação com o Tricolor da Alameda Duque de Caxias. Isso sem contar o fato de desistir da Série B do Campeonato Catarinense antes mesmo do fim do primeiro turno e terminar a competição com -12 pontos na tabela de classificação (30 a menos do que o penúltimo colocado). Foi a consequência de um péssimo planejamento, desorganização e, principalmente, falta de apoio.

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Em 2017 o clube vai tentar novamente – nas minhas contas pela quarta vez. Nas mãos do empresário Wanderlei Laureth, a ideia é arrecadar R$ 300 mil para garantir a participação na terceira divisão do futebol de Santa Catarina sem que haja problemas, como no ano passado. O lançamento oficial do projeto será no mês que vem, provavelmente dia 17, onde o clube apresentará a camisa (foto) que será colocada à venda para garantir os primeiros recursos da equipe. Laureth disse que pretende ter uma folha girando entre R$ 30 mil e R$ 35 mil, mas que isso é relativo, já que é possível buscar parcerias sem que haja a necessidade de pagar salários de atletas.

O que eu acho? É difícil dar certo. Experiências passadas mostram isso e as dificuldades que o Metropolitano passa expõem o quanto Blumenau tem um pé atrás no que diz respeito ao futebol profissional. Isso aliado ao fato de que gerir um clube é como ter em mãos um saco sem fundo – quem disse isso foi um ex-dirigente do Metrô – torna o contexto mais complicado. Posso queimar a língua? Sim. E espero que isso aconteça. Quanto mais o esporte da cidade se desenvolver, melhor. Confira a entrevista com Laureth, em que ele fala sobre os objetivos alguns detalhes do projeto.

Qual é o objetivo? Como colocar em prática?

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Projeto pretende colocar o time em campo na terceira divisão do ano que vem, vendendo cotas de patrocínios e incentivando o sócio torcedor com valores que sejam baixos. O objetivo é captar um pouquinho de bastante gente.

Por que você acha que dessa vez será diferente das outras?

Porque o projeto é sério e, mais do que isso, existe um projeto. Dessa vez a gente tem o poder público ao nosso lado, então já conseguimos começar um trabalho. É a quarta vez que o BEC vai tentar, mas você sabe como foi das outras vezes. Era lançado um projeto sem dinheiro, só pensando em colocar time em campo mas sem organização. Futebol não é isso, é organização. Tem que ter todo um fundamento para colocar o time em campo. Nesse ano que estou à frente do clube já consegui conversar com muitas pessoas para saber como ter um aporte financeiro.

Você fala do apoio do poder público. De que forma eles vão ajudar?

Da mesma forma com que eles apoiam o outro time da cidade, né? Um exemplo é a Oktoberfest, que já está na nossa camisa. Já é um sinal de que realmente eles acreditaram nesse projeto para o ano que vem. Entendeu? Deixando bem claro que não temos nada fechado com a Vila Germânica para o ano que vem, só estamos apalavrados, sem um contrato, que deve ser assinado no começo do ano que vem.

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Você não gosta de usar a palavra “Metropolitano”? Prefere chamar de “o outro time da cidade”?

É melhor, né? Senão fica algo pejorativo.

Você sabe que as pessoas têm um pé atrás por conta de outras tentativas frustradas, certo? É possível sentir isso na rua também?

Já senti mais. Mas tu há de convir comigo que quando a gente apresenta um projeto com pessoas que têm credibilidade na cidade, em que o poder público está ao nosso lado, a visão melhora. Dessa vez eu te garanto o seguinte: o Blumenau Esporte Clube só vai a campo se tiver recurso garantido. Nossa ideia é captar R$ 300 mil. Se conseguirmos esse dinheiro, beleza, vamos jogar. Se não tiver, não vamos a campo. Não quero dever um centavo para ninguém e a consequência disso vai ser trazer credibilidade a um clube tão importante à cidade.

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