Agora é oficial. Estou iludido. A possibilidade da construção do estádio municipal em Blumenau, embora não afete aqueles mais calejados com as promessas e mais promessas do passado, já é algo real na minha cabeça. Até agora nenhum centavo foi liberado, é claro, e tudo que há de concreto são conversas, pressões em Brasília e algumas definições burocráticas que envolvem a prefeitura, mas suficientes para garantir a ilusão. Esse sentimento foi desencadeado na quinta-feira à noite, quando acompanhei Brusque e Remo pela Copa do Brasil.

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O acanhado Estádio Augusto Bauer, localizado no Centro da cidade, completamente lotado, foi um fator na vitória brusquense. Incontestável. Naquele momento imaginei como seria se Blumenau tivesse uma arena com condição de se tornar um verdadeiro fator casa, seja para o Metropolitano, ou para qualquer outro clube. E foi aí que a ilusão veio à tona. A construção de um estádio em uma região como a Itoupava Central, em pleno desenvolvimento do Norte da cidade e com facilidade de acesso ao torcedor – o que possibilitaria a presença mais maciça e constante do público – é um pré-requisito para o crescimento do futebol blumenauense.

“Ah, mas nem lota o Sesi, pra que fazer outro estádio?”, dirão os cornetas que não gostam de futebol. E a resposta é objetiva: se você quer crescer, precisa ter um lugar para isso ocorrer. De nada adianta ascender em divisões no futebol nacional e ter que mandar jogos em outra cidade – como ocorre com o Oeste-SP, que era de Itápolis e mandava seus jogos em Osasco, a 350 quilômetros de casa. Hoje, graças a ausência de um local para mandar seus jogos, o time (que joga a Série B do Brasileiro) oficialmente deixou sua terra natal e se mudou para Barueri. Valeu a pena o crescimento do clube? Provavelmente não.

Nesta semana haverá uma reunião na capital federal – encontro esse que deveria ter ocorrida na última quarta. Otimistas garantem que será a definição do valor e a batida do martelo para a liberação da verba. Pessimistas dizem que será só mais uma parte da história de enrolação do governo federal para com Blumenau neste assunto. Quem está certo ou errado é um ponto interrogação, já que do poder público esperar algo concreto ou colocar a mão no fogo por algo é um verdadeiro tiro no pé.

Como escrevi, já estou iludido com o estádio. Já imagino ele em dia de jogo, com pessoas trajadas com o uniforme do Metropolitano se reunindo em bares e confraternizando antes do jogo que for. Imagino a pressão da arquibancada próxima do gramado sendo um empurrão para os jogadores no gramado, além do fato de o clube não precisar mais pagar um pomposo valor de aluguel. Doce ilusão. Ou não.

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