Com algumas mudanças em repasses às modalidades, a Fundação Municipal de Desportos de Blumenau (FMD) divulgou na quinta-feira a portaria que confirma os percentuais de Bolsa-Atleta que serão concedidos a 27 esportes que recebem recursos públicos do município para a manutenção das atividades.

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Conforme o documento – disponível no Portal da Transparência – os percentuais dizem respeito ao teto dos investimentos da FMD com o programa. Não há valores específicos para cada modalidade, até porque o orçamento para 2017 (que prevê R$ 6,16 milhões para a FMD) ainda não foi sancionado. Caso os números deste ano sejam mantidos, os atletas da cidade dividirão um bolo de R$ 320 mil mensais.

Entre os reajustes que mais chamam a atenção estão o futsal e o badminton. O esporte da bola pesada, que recebeu nesse ano 10,8% da fatia, perdeu 4,8%. A justificativa da Fundação é de que o fim da parceria com a AD Hering faz com que não haja a necessidade de investimentos tão maciços.

O foco direcionado às categorias de base vai fazer com que a modalidade seja representada nas competições estaduais pelos pratas da casa. Ou seja, o que já era complicado para alguma instituição que tenha interesse em gerir o futsal de Blumenau ficou ainda mais difícil.

Já no caso do esporte da peteca, a FMD alega que os resultados em nível estadual, nacional e internacional fazem valer o aumento de 0,5% para 2,7%. Entre os valores que ficam estagnados para o ano que vem estão o vôlei (8,6%), vôlei de praia (3%), judô (3,8%), bolão 23 (2%) e bocha (2,8%). Das fatias mais pomposas estão atletismo, basquete, handebol, karatê e o próprio vôlei, que juntos somam 45,4% do investimento mensal no Bolsa-Atleta.

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Há, de modo geral, apenas um critério específico para definir a divisão dos recursos destinados aos atletas de Blumenau: a série histórica de desempenho das modalidades em competições oficiais municipais, estaduais, nacionais e internacionais. Qualquer definição que fuja disso partirá para o critério da subjetividade dos dirigentes esportivos, o que pode gerar contestações – como ocorre com algumas modalidades.

O que precisa ser pensado daqui para frente – e aí fica a sugestão aos vereadores da próxima legislatura – é a definição de novos critérios, que fujam da questão de resultados e envolvam também outros três aspectos: o social, ou seja, envolvimento de crianças e adolescentes em projetos sociais; o mérito esportivo, que aí engloba o desempenho em competições oficiais; e o mérito administrativo, onde modalidades que se esforçam para captar verbas da iniciativa privada recebam um prêmio por isso.

É algo superficial, claro, mas que pode dar parâmetros para uma atualização da lei que, querendo ou não, já tem 11 anos de vida e pode ser reavaliada.