Duas semanas depois da queda do helicóptero que matou três pessoas na Zona Sul de Joinville, no dia 8 de março, a NSC TV conseguiu com exclusividade o áudio do último contato do piloto com a torre de comando. Na gravação, Antônio Aguiar, de 57 anos, que conduzia a aeronave aparenta tranquilidade momentos antes de alçar voo. Essa informação corrobora com a suspeita da polícia de um possível anúncio de sequestro durante o trajeto entre Penha e Joinville.
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Duas semanas após o acidente, o que já se sabe sobre a queda do helicóptero em Joinville
No áudio, o piloto dá as coordenadas do voo. Ele foi uma das vítimas fatais da queda, junto com o auxiliar de pista Bruno Siqueira, de 20 anos, e Ivan Ferreira, de 24, um dos passageiros que contratou o fretamento da aeronave com a empresa de táxi aéreo Avalon. O quarto ocupante, Daniel da Silva, 18, permanece internado no Hospital Municipal São josé. Ele fretou a aeronave por R$ 3,1 mil.
— Decola (em) aproximadamente cinco minutos para sobrevoo em Joinville. Tempo de voo aproximadamente 55 minutos — disse Antônio na ocasião.
Em contrapartida, a Polícia Federal não dá detalhes da investigação, mas já ouviu mais de dez testemunhas e efetua várias diligências na tentativa de elucidar o caso. Um das hipóteses levantadas seria a de que Daniel, que possui passagens pela polícia, tentaria usar o helicóptero para resgatar um detento do Sistema Prisional de Joinville. A suspeita ainda é averiguada.
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Nos últimos dias, a Secretaria de Justiça de Santa Catarina, também fez apurações sigilosas sobre essa possibilidade, mas não divulgou informações a respeito. No entanto, transferiu quatro presos de Joinville para uma penitenciária no Sul de Santa Catarina. Entre eles, o traficante Paulo Henrique dos Santos, o “Calango”, que chegou a ser apontado como o detento suspeito de aguardar o resgate.
Mãe de sobrevivente fala sobre o filho
Daniel da Silva, o único sobrevivente da tragédia é escoltado por policiais no Hospital Municipal São José e, nesta quinta-feira, a administração da unidade informou que ele teve melhora no estado de saúde e foi transferido para a enfermaria. A Polícia Federal aguarda a recuperação dele para ouvi-lo e tentar entender o que aconteceu durante o voo.
Do lado de fora, a mãe dele, Roseli de Oliveira, sofre com as notícias a queda do avião e do filho, que teve cerca de 15% do corpo queimado. Com passagens por tráfico de drogas e dano ao patrimônio, o jovem é suspeito de ter sequestrado o helicóptero. Ao repórter da NSC Comunicação, Pedro Rockenbach, ela comenta a situação.
— É muito triste para uma mãe, porque uma mãe aconselha e o filho sempre continua nessa… Mas simplesmente ele sempre fazia às escondidas, eu não sabia dessas coisas — diz ela.
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A mulher relata ainda ter medo do que pode acontecer com o filho, acredita que ele possa morrer quando sair do hospital porque, nas palavras dela, “ele não cumpriu a missão”. Essa “missão”, seria a qual a polícia investiga, sobre a possibilidade de utilização da aeronave para resgatar um detento. Entretanto, em meio a dor e a incerteza, ela mostra sensibilidade para com as famílias das vítimas.
— Eu queria que Deus confortasse o coração deles. Não tem mais palavras, é difícil — desabafa.