Audiência sobre reajuste da tarifa do esgoto é interrompida após protestos em Joinville

A audiência pública para debater o aumento da tarifa de esgoto em Joinville, realizada na noite da última quinta-feira, foi interrompida pela Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris) após protestos de manifestantes contrários ao reajuste. Uma primeira tentativa de realizar audiência sobre o tema já havia sido suspensa em novembro do ano passado.

A audiência pública foi realizada em um plenário lotado na Câmara de Vereadores para apresentar a proposta de reajuste e ouvir a população. No entanto, o aumento na taxa de esgoto não depende de aprovação dos vereadores. Foram 70 pessoas inscritas para falar durante a reunião, que foi encerrada antes do fim pelo diretor geral da agência, Adir Faccio.

O plano da Companhia Águas de Joinville e da agência de regulação, a Aris, com aval da Prefeitura (dona da companhia) é aumentar a tarifa de 80% para 100% sobre o valor da água. Segundo a agência, a intenção é recompor as perdas com o esgoto, que é deficitário.

Para a Aris, a revisão possibilitaria estancar o prejuízo com esgoto, que deve chegar a R$ 400 milhões em 2022. Além disso, seria possível diminuir o percentual de reajustes, que ocorrem a cada quatro anos.

Os inscritos para o debate também levaram questionamentos aos representantes da empresa. Entre as questões, estavam os desperdícios da Águas de Joinville, o destino do lucro da companhia que é repassado à prefeitura (foram R$ 22 milhões no ano passado) e a diferença entre os valores da tarifa de água de Joinville com outras cidades catarinenses.

Os ânimos ficaram exaltados quando, depois que um dos representantes da sociedade civil sugeriu que, por lei, o tema poderia ser votado pelos vereadores, o diretor da ARIS, Adir, pediu a palavra para ressaltar que a audiência só estava ocorrendo naquele local a pedido da comunidade, mas que ela não era dos vereadores.

Houve vaias e gritos de que "a Câmara é a casa do povo", mas logo a audiência foi retomada. No entanto, após novos protestos a reunião foi interrompida pela Aris antes do fim.