A audiência de instrução do julgamento do suspeito de matar o blumenauense Douglas Régis Junckes está marcada para a tarde desta quinta-feira, na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba (PR). O crime ocorreu em maio do ano passado, no apartamento em que Douglas morava, na capital paranaense. Segundo a investigação, o vizinho do andar de cima, Antônio Humia Dorrio, teria disparado quatro tiros, na cabeça e no peito, depois de uma discussão por causa do volume do som que viria do apartamento de Douglas.
Continua depois da publicidade
Na audiência desta quinta-feira deve ser feita a apresentação das provas e o depoimento das testemunhas indicadas pela acusação e pela defesa, que teriam inclusive presenciado o crime. A sessão deve terminar com o interrogatório do réu. Depois da audiência, o Ministério Público, assistentes de acusação e defesa tentarão demonstrar por meio das provas as suas teses e o caso pode ser levado ao tribunal do júri.
A audiência é cercada de expectativa pela família de Douglas, que mora em Blumenau e encontra na busca pela punição do suspeito uma forma de minimizar a dor da perda e a indignação com o crime e a impunidade que eles apontam até o momento.
– Temos feito homenagens e eventos pela memória do Douglas, mas no final sempre fica aquele vazio, aquela saudade que nunca mais terá término, aquela ausência que nada preenche – afirma uma amiga de Douglas, Kalinka Maronez Moura.
O irmão de Douglas, Eduardo Junckes, afirma que a família ficou muito angustiada pelo falto de o suspeito ter sido solto poucos dias depois do crime, mas que a audiência desta quinta-feira reacende um sentimento de esperança.
Continua depois da publicidade
– Esse sentimento é o pior de todos, porque a gente perde uma pessoa, por um motivo fútil como esse, que beira o absurdo, e ao mesmo tempo a gente tem que esperar pela burocracia, até mesmo pela política do país para que ele seja julgado bem posteriormente. Mas ao mesmo tempo em que dividimos um sentimento de insatisfação, angústia, a gente está com sentimento de fé, de que realmente nesse momento o juiz possa acusá-lo definitivamente, leva-lo a júri, e de que a Justiça seja feita – conta.
Suspeito foi detido momentos depois do crime
O suspeito foi encontrado instantes depois do crime em um hospital onde ele teria ido buscar atendimento. Dentro do carro dele, segundo a família, os policiais encontraram a arma utilizada no crime. Ele recebeu voz de prisão e foi levado para a Central de Flagrantes.
Além do revólver calibre 38 usado para atirar contra o vizinho, segundo a polícia, os policiais militares também teriam encontrado outra arma, uma pistola calibre 32, essa sem registro. O suspeito foi autuado por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e porte de arma de fogo ilegal. Dorrio foi solto no dia 5 de junho por decisão da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba. No dia 7 de junho, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu a prisão preventiva do suspeito, mas ele permanece em liberdade.
CONTRAPONTO
A reportagem tentou contato com a defesa de Dorrio, mas até a publicação da reportagem não obteve retorno.
Continua depois da publicidade