Uma audiência pública marcada para as 18h desta quinta-feira (31) na Câmara de Vereadores de Palhoça vai debater os rumos e a situação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. A maior unidade de conservação de Santa Catarina foi alvo de uma série de incêndios que atingiram mais de mil hectares em setembro, na região da Baixada do Maciambu.
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A audiência foi convocada pelo vereador João Carlos Amândio, o Bala, após ser questionado por autoridades da cidade e moradores. A ideia é trazer a situação do parque de forma geral, em um evento com a comunidade e representandos do meio ambiente e da segurança.
— Além do problema da segurança, a gente tem que passar a informação para a comunidade. Foram 15 incêndios e todos falam que foram criminosos. A gente não pode passar uma situação dessa sem discutir com as autoridades a atual situação do parque. Sabemos que está faltando segurança, o parque tem que ser mais preservado, a PM ambiental tem pouco efetivo, tem que saber se o incêndio foi mesmo criminoso e tomar medidas — aponta o vereador.
O inquérito da Polícia Civil que investigava os incêndios no parque em setembro foi concluído na semana passada e não trouxe respostas em relação às causas e autores do crime ambiental.
Plano de recuperação do parque em andamento
Segundo os representantes do parque, o dano ambiental causado pelos incêndios é incalculável, com grande perda na vegetação e na fauna local. Para iniciar uma recuperação na área, um plano de ação está sendo elaborado por uma equipe do parque junto de professores e pesquisadores da UFSC e da Udesc. A ideia é montar um conjunto de ações que vai começar com uma análise detalhada da situação, e depois ações de recuperação e conservação.
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— Serão quatro linhas de trabalho. A primeira é a criação de um viveiro de mudas para conseguirmos plantar essas espécies novamente, na linha de restauração. A segunda é a retirada dos pinus que após um incêndio crescem que nem grama e são invasores, então vamos tentar controlar isso. A terceira é na linha da limpeza, com o controle dos depósitos irregulares de lixo que ocorrem nas margens do parque, e isso vamos tentar impedir com a instalação de câmeras. E a quarta linha é a da comunicação, com divulgação das ações no parque — detalha o coordenador do Parque da Serra do Tabuleiro, Carlos Cassini.
A expectativa de Cassini é que o plano esteja pronto dentro de uma ou duas semanas. Depois disso os projetos individuais serão encaminhados, com busca de recursos através de fundos do Ministério Público, compensações ambientais e outras fontes do governo. O projeto do viveiro, por exemplo, deve demandar investimentos entre R$ 50 e R$ 100 mil.
— Vamos trabalhar também muito com o voluntariado. A cobertura da mídia no incêndio foi muito grande, muita gente se comoveu, veio ajudar, está procurando o parque para se voluntariar, escolas querendo trazer alunos para plantar mudas. Então isso vai ajudar muito na recuperação — destaca Cassini.
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