Terminou antes do esperado a audiência pública para discutir a redução do turno para crianças de cinco anos em creches. Quando a secretária de Educação de Blumenau, Helenice Luchetta, estava com a palavra, chegou a ser vaiada algumas vezes e no momento em que algumas pessoas viraram as costas, ela decidiu parar. Na sequência os vereadores optaram por encerrar a audiência, prometendo que a partir de hoje a Comissão de Educação da casa vai iniciar o debate com outros representantes da comunidade para encaminhar os pedidos para o Executivo.

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O resultado da audiência, porém, não foi suficiente para convencer o desenvolvedor de sistemas Walmir Wield. Ele tem um filho de 2 anos e 9 meses na creche e tem medo de que em breve o menino perca a vaga. Por isso decidiu acompanhar a audiência. Mas deixou o plenário da Câmara de Vereadores preocupado.

– Acho que vai terminar em pizza. Não acredito que o governo vá mudar de ideia, pelo que a secretária falou. Saio daqui frustrado – resumiu.

O plenário, que tem capacidade para 118 pessoas, ficou pequena para tanta gente. Cadeiras dos gabinetes tiveram que ser carregadas até a antessala, mas ainda assim muitos ficaram de pé durante as quase duas horas de reunião. Além dos vereadores que falaram, todos de oposição, ainda tiveram a palavra dois pais, um deles o mais aplaudido da noite.

– Eu queria ter orgulho de dizer que meus filhos estudaram na escola pública. Mas percebo que estamos regredindo com essa medida – disse o metalúrgico Nadir Cunha.

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Secretária reclama da postura do público

A secretária de Educação, Helenice Luchetta, foi a última a tomar a palavra ontem à noite. Ela explicou que a medida do governo de reduzir o tempo integral das creches para crianças de cinco anos é para que a prefeitura possa contemplar a todos, como pede a lei. Por vários momentos ela foi interrompida por alguns presentes e chegou a se irritar.

Quando parte do plenário lhe virou as costas, ela decidiu encerrar a fala, dizendo:

– Infelizmente esse é o tipo de sociedade que estamos formando.

O presidente da casa, Vanderlei de Oliveira (PT), decidiu suspender temporariamente a sessão e reuniu os vereadores separadamente, quando foi decidido pelo fim da audiência.