A construção de uma nova ponte no Centro de Blumenau volta a ser discutida às 19h desta sexta-feira na Associação Artex, no Garcia. Uma audiência pública vai debater o projeto de ligar a Rua Itajaí à Paraguay, na Ponta Aguda. A localização da travessia sobre o rio Itajaí-Açu é discutida há pelo menos 10 anos e ganhou intensidade desde outubro de 2012, quando o então candidato a prefeito Napoleão Bernardes propôs interromper o projeto, já adiantado, de outra ponte. A ligação, entre as ruas Rodolfo Freygang e Chile _ incluindo uma passarela na Prainha _, havia sido defendida pelos dois prefeitos anteriores: João Paulo Kleinübing e Décio Lima.
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Desde que a mudança de local foi anunciada permanece o impasse entre especialistas em planejamento urbano, políticos e futuros usuários da travessia. Entre os fatores defendidos pelo atual governo estão uma alegada redução de custos e a velocidade de execução do novo projeto, estimada em apenas dois anos. Na audiência pública, o município vai defender uma ligação direta para os moradores das regiões Norte e Sul, sem passar pela área central da cidade.
Voz mais frequente dentre os críticos da ponte na curva do rio, o arquiteto Alfredo Lindner afirma que este traçado levará os políticos a esquecer a ligação Velha/Garcia, pois seria um paliativo. Lindner também alerta para os custos não previstos com obras complementares à ponte, como viadutos na Ponta Aguda e o rebaixamento da Rua Itajaí. A prefeitura confirma que estes valores não foram incluídos no orçamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), órgão financiador da futura obra.
Para o arquiteto e professor da Furb Luiz Alberto Souza, a ponte contribuiria para desafogar o trânsito da área central e cumpriria melhor a função de disciplinar os fluxos viários da cidade. Mas faz ressalva ao rebaixo projetado na Rua Itajaí, até a cota 10,65m, que proporcionaria dificuldade na execução da obra devido à instabilidade do barranco.
Contrários e favoráveis à proposta mais recente da travessia ainda discordam sobre os impactos ao Centro Histórico. Para o governo, a ponte defendida por Napoleão desviará o fluxo de carros da Rua das Palmeiras e estimulará caminhadas na região central. Alfredo Lindner e os moradores da Ponta Aguda que serão afetados pelo tráfego futuro acreditam que a ligação entre as ruas Itajaí e Paraguay contraria esta ideia, colocando em risco o Centro Histórico pelo aumento de tráfego na Fonte Luminosa e Rua Alwin Schrader.
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Confira os números da nova ponte do Centro (Leia AQUI o arquivo em PDF)