Após a desistência de dois projetos para construir uma nova ponte no Centro de Blumenau, o processo para duplicação da ponte Adolfo Konder teve um passo importante na noite de terça-feira (3): a audiência pública para debater o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) da obra. O evento foi acompanhado por cerca de 60 pessoas e teve a presença de diversos secretários da prefeitura no salão nobre do prédio do Executivo.

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A proposta da prefeitura é construir uma nova ponte ao lado da que faz a ligação entre a Rua República Argentina e a Avenida Beira-Rio, em frente ao Castelinho. O planejamento inclui pista simples para tráfego no sentido Centro-bairro, além de ciclovia e passeio. Enquanto isso, a ponte antiga deve deve ser reformada, com alargamento do espaço para pedestres, sendo utilizada com duas pistas pelos veículos no sentido bairro-Centro.

A equipe da Iguatemi Engenharia, responsável pela elaboração do estudo, apresentou os detalhes do projeto e os impactos da obra. Haverá, por exemplo, a necessidade de fechar a atual ponte em alguns momentos para o lançamento de vigas da nova estrutura. A estimativa é que o tráfego seja interrompido totalmente no local durante algumas horas por 25 dias em períodos noturnos ou fins de semana.

No momento do debate, algumas pessoas alegaram que manter em funcionamento os dois semáforos no cruzamento entre a ponte Adolfo Konder e a Avenida Beira-Rio, que atualmente são intermitentes, pode aumentar o congestionamento no Centro. O argumento é que a fila da Ponta Aguda, na República Argentina, seria transferida para a Beira-Rio, já que o fluxo de veículos em direção ao bairro seria interrompido pelo sinal.

O secretário Municipal de Planejamento Urbano, Ivo Bachmann, explica que há mais veículos em direção ao Centro do que ao bairro, por isso serão liberadas duas pistas da ponte em direção à Avenida Beira-Rio, enquanto no sentido Ponta Aguda haverá apenas uma. Apesar disso, Bachmann ressalta que há melhorias previstas para evitar congestionamentos no local, como a contratação do sistema de semáforos inteligentes.

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Quando questionado sobre a possibilidade de congestionamento próximo ao prédio da prefeitura, já que o fluxo de veículos será maior em direção ao Centro com as duas pistas, o secretário afirma que há outras medidas em vista. As ações incluem a retirada de alguns canteiros e vagas de estacionamento da Avenida Beira-Rio.

— O objetivo da obra não é melhorar apenas a situação dos carros, mas a mobilidade urbana do município como um todo. Isso inclui ônibus, ciclistas e pedestres, dos quais há muita demanda de uso nessa região. Queremos fazer uma requalificação no local seguindo o plano municipal de mobilidade aprovado no ano passado — afirma Cássio Bortolotto, arquiteto da Secretaria de Planejamento Urbano que esteve presente na audiência.

Valor e prazo para a obra

O valor estimado para construção da nova ponte e reforma da antiga é de R$ 20 milhões. O custo será confirmado após a apresentação do projeto final, que levará em conta algumas sugestões apresentadas na audiência pública. Ao menos R$ 10 milhões já estão garantidos por um financiamento com a Caixa, enquanto o restante do valor deve ser obtido com outra operação financeira.

O prefeito Mário Hildebrandt (sem partido) afirma que a reforma e ampliação da ponte Adolfo Konder é uma das prioridades do governo, tanto que esteve presente no início da audiência pública. Na segunda-feira, durante a cerimônia de entrega da duplicação da Rua Humberto de Campos, ele afirmou que espera encerrar o processo licitatório e ter a ordem de serviço para a obra até o fim de 2020.

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Após o início das obras, a expectativa do secretário Ivo Bachmann é concluir os trabalhos entre 10 e 12 meses. O prazo pode ser postergado em caso de problemas climáticos, como enchentes.

Ainda não há definição dos terrenos que precisariam ser desapropriados para a obra, já que o projeto de engenharia ainda terá modificações. A tendência é que a prefeitura precisará utilizar apenas a área de um lote e o acesso de outro, ambas na Ponta Aguda, além de uma pequena praça que já pertence ao poder público.