A implantação de uma indústria de exploração de minério fosfatado e a criação de uma fábrica de fertilizantes em Anitápolis, na Grande Florianópolis, volta a ser discutida, nesta quinta-feira, às 16h, em audiência pública na Assembleia Legislativa. A reserva do mineral é a única do Sul do país e desperta o interesse de empresas fertilizantes desde 1976.

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Devem ser investidos R$ 400 milhões no projeto, que prevê a produção de 500 mil toneladas por ano de superfosfato simples. Isto deve dar origem a 1,7 milhão de fertilizantes ao ano.

O projeto já foi discutido em três audiências públicas – duas realizadas em Anitápolis (em 2007 e em 2009) e outra em Lages (em 2007), cidade onde o fertilizante será armazenado. A discussão desta quinta-feira foi solicitada por entidades contrárias à implantação da indústria.

Os protagonistas do debate, porém, estarão ausentes. Nenhum representante da empreendedora do projeto participará da audiência.

A Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC), criada em parceria entre as multinacionais Yara Brasil Fertilizantes e Bunge Fertilizantes, informou que foi convocada a participar da audiência no dia 7 de julho, quando seus consultores ambientais já tinham compromissos agendados para esta quinta-feira. A empresa pediu para o debate ser adiado. A solicitação não foi atendida.

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O prefeito de Anitápolis, Saulo Weiss (PMDB), está em Brasília participando da Marcha dos Prefeitos. Ele disse que a audiência foi marcada “em cima da hora” e sem que ele fosse consultado previamente.

– Era do meu interesse participar – afirmou.

Além dos empregos temporários, a indústria deve gerar 423 postos de trabalho direto após a instalação.

Documento da Associação Montanha Viva, ONG responsável pela campanha “Não à Fosfateira em Anitápolis”, expõe que a indústria contaminaria o solo, aumentaria a taxa de erosão e reduziria a fauna e a flora local.

Para compensar esses impactos, 30 programas ambientais estão previstos no projeto de instalação da empresa. Em abril de 2009, a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) concedeu uma Licença Ambiental Prévia (LAP) ao projeto, baseada em pareceres técnicos e jurídicos.

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Devem participar da audiência o presidente da Fatma, Murilo Flores e representantes da Associação Montanha Viva, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina e da Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral.