Depois de um dia inteiro de depoimento do delegado da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) Procópio Batista Neto, nesta terça-feira, a audiência dos 98 acusados dos atentados ocorridos no Estado em fevereiro tem programada para quarta-feira a fala de outros cinco policiais civis. Os trabalhos iniciam às 9h e devem se estender até o começo da noite. Nesta terça, no primeiro dia efetivo de depoimento, a sessão durou quase nove horas.
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Cadeiras forradas e mesas do auditório do Departamento de Administração Prisional (Deap) foram levadas para o complexo da Canhanduba, em Itajaí, para garantir o começo da audiência. A medida foi tomada para atender às reivindicações de falta de estrutura física apontada por cerca de 50 advogados e que impediu o início da sessão na segunda-feira.
A fala de Neto começou às 9h e terminou às 18h, sendo interrompida por 30 minutos para o horário de almoço. Na saída do Complexo Penitenciária da Canhanduba, os advogados de defesa ouvidos pela reportagem disseram que a participação do delegado não trouxe fatos concretos para o processo. Segundo Francisco Ferreira, que atende cinco dos réus, a falha está no embasamento do delegado:
– A prova não é robusta. Ele se concentrou na generalidade – descreveu o defensor.
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De acordo com o advogado Cleóberson Cachambu Pain, o delegado se baseou apenas em presos, escutas telefônicas e informações de pessoas que não se identificaram.
– Não tem flagrante e algo concreto – disse.
Neto deixou o Complexo Penitenciário logo depois das 18h, mas não concedeu entrevista. Um dos promotores do caso, Flávio Duarte de Souza evitou fazer juízo sobre o que os advogados opinaram:
– Prefiro dizer que o depoimento contribuiu para o esclarecimento da verdade -resumiu o promotor.
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A juíza Jussara Schittler dos Santos Wandscheer chegou e saiu da unidade sem dar entrevista.