A procuradora da República Analúcia de Andrade Hartmann, que atua no Núcleo do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal, disse que a limpeza que a prefeitura de Florianópolis promove nos córregos e rios da Bacia Hidrográfica do Itacorubi não será suficiente para evitar cheias como as registradas no início de fevereiro. A afirmação foi feita durante audiência pública na Câmara de Vereadores da Capital, nesta terça-feira.

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De acordo com a procuradora, o manguezal do Itacorubi, para onde escoa toda a água da chuva na região, está “sobrecarregado de esgoto e lixo” e, por isso, não consegue absorver o excedente, provocando, assim, os alagamentos de ruas e avenidas em dias de temporais.

– Isso que está sendo feito é muito pouco, temos que fazer uma limpeza monitorada do manguezal – afirmou Analúcia.

Ela criticou a forma como a prefeitura atua na região e também os moradores que lançam lixo nos cursos d’água e até mesmo no próprio mangue.

Dentre outros itens, a procuradora cobrou da prefeitura a execução de um Termo de Ajustamento de Conduta feito com os empreendedores do Shopping Iguatemi, além da recuperação da mata ciliar que protege as margens dos rios do entorno do mangue.

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Presente à audiência, o diretor superintendente da Fundação Municipal do Meio Ambiente, José Carlos Rauen, explicou que a prefeitura já iniciou licitação para que seja realizado um estudo de impacto ambiental para a limpeza do manguezal do Itacorubi.

Lei do Defeso

Ainda tramita na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara o projeto que prevê a suspensão de novas construções nos bairros da Bacia do Itacorubi.

A chamada Lei do Defeso, proposta defendida por 14 associações de bairros da região, deve ir a votação apenas em abril, segundo previsão do vereador João Batista Nunes (PR).