Oculta atrás de um biombo branco, uma atriz sul-coreana acusou o conhecido diretor de cinema Kim Ki-Duk de agredi-la sexualmente durante uma filmagem, uma denúncia muito pouco com em um país extremente conservador e onde as vítimas temem a vergonha pública.

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Kim é um dos cineastas mais proeminentes da Coreia do Sul e seu currículo inclui um Leão de Ouro no Festiva de Veneza por “Pieta” e um Urso de Ouro no Festival de Berlim por “Samaritan Girl”.

Kim é conhecido por contratar atrizes pouco conhecidas.

Mas a atriz, que pediu para manter o anonimato, afirmou aos jornalistas que sua participação no filme “Moebius” (2013) – um thriller sobre o incesto – a deixou “profundamente traumatizada”.

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Ela acusou Kim de abusos físicos e sexuais, afirmando que ela bateu nela durante as filmagens e a obrigou a fazer cenas de nudez e sexo que não estavam no roteiro.

“Estava morrendo de modo. Tinha medo que voltasse a me pegar se dissesse algo contra ele”, declarou.

Por fim, ela acabou não aparecendo no filme, o que pôs fim a sua carreira de 20 anos como atriz. Durante muito tempo buscou ajuda de advogados, que sugeriram que ela esquecesse o caso.

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No entanto, conseguiu apresentar uma denúncia e, na semana passada, Kim, de 56 anos, foi condenado a pagar 4.600 dólares por agressão física. No entanto, outras acusações foram arquivadas, incluindo a de assédio sexual por alegação de falta de provas.

Sua denúncia acontece em um momento em que o movimento “#MeToo” continua expondo em todo mundo casos de agressão e assédio sexual em vários setores da sociedade, principalmente na indústria cinematográfica americana, como os casos envolvendo o megaprodutor Harvey Weinstein e o ator Kevin Spacey.

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* AFP