O corpo processa, o corpo transforma. Tem sido esse o caminho escolhido pela atriz e performer Monica Siedler, formada em artes cênicas pela Udesc e que nesta quarta (20) apresenta O Pior de Mim, às 20h, no Museu da Imagem e do Som (MIS/SC), em Florianópolis.

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O título do solo de dança contemporânea pode ser transportado primeiramente para um lugar de julgamento, mas Monica não quer entrar nesta questão. Ela lança um olhar mais interno, tendo como base de pesquisa uma fase que teve que encarar para seguir se construindo, se reorganizar para encontrar novo eixo. Em processo ainda, a atriz descobriu que o que antes poderia ser considerado o seu pior tem força, potência de ação e sobrevivência.

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– O meu pior pode ser o meu melhor. Uma face não elimina a outra, elas fazem parte de uma mesma moeda – defende.

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O projeto iniciou em 2014, após conquistar o Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura. O interesse de Monica partiu em identificar, antes de tudo, as características físicas, emocionais despertadas em ambientes que habita.

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Usou as particularidades encontradas, consideradas como exageradas e reveladas enquanto fragilidade e potência de ação, para estruturar a dramaturgia do corpo. Assim, a dinâmica é alimentada em cena revelando um trânsito de atitudes corporais que denunciam uma busca de estratégias, lugares (in)seguros, que desdobram em possíveis ressignificações de padrões comportamentais (físicos).

(Foto: Narjara Reis / Divulgação)

O trabalho também utiliza elementos audiovisuais que criam camadas de imagem sobre a corporalidade exposta.

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– Cada cena habita uma zona de conflito e impasse entre um corpo devir e um corpo socialmente legível. Por habitar ¿não lugares¿ ou por habitar diferentes lugares, a própria performance não existe como estrutura fechada. Cada performance/ação realizada é pensada para o espaço onde será feita e trabalhará a partir das possibilidades e limites que o lugar propõe. O Pior de Mim é uma reflexão sobre isto: sobre limites, sobre impossibilidades de ser, sobre assumir-se em ruína e eterna construção, sobre olhar para si mesmo e aceitar, sem medo de deixar doer e de fazer rir – explica Monica.

Após a estreia, a atriz fará apresentações em mais três espaços: no Ceart/Udesc, no dia 25 de abril; no Teatro da Armação nos dias 29 e 30 de abril, ambas às 20h; e 12 de maio, no projeto Sol da Meia Noite, no Bloco de Arte Cênicas, UFSC. As apresentações são gratuitas.

AGENDE-SE

O quê: solo O Pior de Mim, de Monica Siedler

Quando: quarta (20), às 20h

Onde: MIS, no CIC (Av. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)

Quanto: gratuito

(Foto: Narjara Reis / Divulgação)