A atriz e diretora de teatro Angela Finardi, 43 anos, representa bem a parte cultural de Joinville. Ela nasceu em Lages, mas aos 16 anos mudou-se para o Norte de Santa Catarina. O amor pela cena teatral joinvilense fez com se instalasse e nunca mais deixasse o município de SC, que também a atrai pelo entorno verde, repleto de belezas naturais.
Continua depois da publicidade
— O que me encanta, embora seja uma cidade industrial, é o aspecto cultural que tem se desenvolvido principalmente nos últimos anos — afirma.
Viver SC: atriz apresenta a cultural Joinville
— A Vila da Glória que fica na margem norte da Baía da Babitonga, por exemplo, é um bairro mais sossegado de São Francisco do Sul. Quando a gente está em Joinville, esquece que está perto do mar e na Baía lembramos disso. Para a gente que respira fumaça na cidade industrial, esses locais são o paraíso — brinca.
Continua depois da publicidade
Confira a página especial do Viver SC
Mãe de três filhos, ela já ministrou aulas de teatro em diversas cidades de SC, porém sente orgulho e mantem uma relação estreita com Joinville. Faz parte de dois grupos de teatro profissionais da cidade, dá aula no curso de Medicina sobre humanização da saúde e há 11 anos participa do projeto Palhaço Terapia. Para ela, Joinville e a região Norte representam oportunidades de trabalho, diversidade e opções para todos os perfis.
Transporte para um mundo mágico
Para a atriz que já sonhou ser bailarina é impossível passar em Joinville sem visitar a Escola do Teatro Bolshoi, onde se é ¿transportado para um mundo mágico¿. Instalada há 16 anos, a escola é a única extensão do Teatro Bolshoi no mundo. O complexo de ensino de 6 mil metros quadrados abriga salas de aula de balé, estúdios de música, ateliê, núcleos de saúde e biblioteca. Em 2015, a escola recebeu 235 alunos, de 21 Estados brasileiros e três países, nos cursos básicos e técnico em dança clássica e contemporânea. Todos com bolsas integrais. De 2006 a 2014, mais de 60 mil visitantes passaram pelo local. Angela participou ativamente no início da escola como atriz. Ela fazia parte das mostras didáticas.
Espetáculo dentro e fora dos palcos
O palco do Teatro Juarez Machado é um velho conhecido da atriz Angela Finardi, que já se apresentou inúmeras vezes no local. Com capacidade para 500 pessoas, é uma das principais casas de espetáculo de Joinville. Recebe cerca de 60 mil espectadores por ano. O patrimônio é uma homenagem a um dos principais artistas catarinenses, o pintor, escultor e escritor joinvilense Juarez Machado. O multiartista nascido em 1941 tem espaço de destaque no teatro inaugurado há 13 anos. Logo na entrada, uma de suas obras, O Grande Circo, colore a cerâmica da fachada do Centreventos Cau Hansen. Também estão em exposição permanente quadros e seu autorretrato esculpido em bronze.
Continua depois da publicidade
Volta ao passado
O bairro continental da cidade de São Francisco do Sul, Vila da Glória, fica na margem norte da Baía da Babitonga e é um convite a uma volta sossegada ao passado. O local, no distrito de Saí, começou a ser explorado por imigrantes franceses no século 19. A ideia de construir uma comunidade em que todos trabalhassem juntos para garantir o próprio sustento fracassou, mas hoje a vila atrai visitantes em busca de boa comida e contato com a natureza. – Para a gente que respira fumaça em Joinville, cidade industrial, aqui é o paraíso – diz a diretora de teatro.Uma das atrações é a cachoeira do casarão, acessível por uma estrada de oito quilômetros de chão batido. A antiga casa da família Backmeyer (ao lado), construída em 1901, abrigou cinco gerações. Hoje está fechada por questão de segurança, mas ainda é possível visitar a cachoeira. Basta caminhar por uma trilha de 280 metros para se deparar com três piscinas naturais e a queda-d¿água.
Mundo verde
Ao falar em Joinville, é comum associar a cidade a grandes indústrias e ao setor metalmecânico. Mas para lembrar que a cidade também tem montanhas e cachoeiras em suas redondezas, a diretora de teatro gosta de ir à Estrada do Quiriri, no bairro Pirabeiraba. Na estrada em meio à Mata Atlântica há casarões em estilo europeu abertos a visitantes, quedas-d¿água, bromélias e aves. Nas propriedades rurais, também é possível adquirir produtos coloniais. Para Angela, o local tem um significado a mais. Há seis anos, ela deu curso de teatro para agricultoras do bairro para que ¿fossem porta-vozes da própria história¿. – Elas tiveram um empoderamento e melhoraram a autoestima – relembra a atriz, empolgada.
Aula de história
Passear pelo centro histórico de São Francisco do Sul é retornar alguns séculos e ao marco inicial do Estado. O primeiro navegador aportou na cidade em 1504, estabelecendo o começo da povoação catarinense. Ao caminhar pelas ruas estreitas você se depara com um dos maiores conjuntos arquitetônicos do Brasil tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). São mais de 150 prédios dos tempos coloniais, hoje ocupados pelo comércio local, restaurantes e lojas de artesanato. Angela admira a paisagem bucólica e simpática do local. A paróquia da cidade, que faz parte do cenário, no auge dos seus 350 anos, é a mais antiga de SC.
Continua depois da publicidade