Dois anos após a assinatura do Governo do Estado para a abertura do edital de duplicação do Eixo Industrial Norte, em Joinville, as máquinas ainda estão longe de aparecer na rodovia. A via é o principal acesso à região que concentra a maioria das indústrias da cidade.
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Diariamente, cerca de 20 mil veículos – entre motos, carros e caminhões – passam pelo local. O movimento na via é intenso, principalmente pela importância logística. Sem a duplicação, o trânsito na rodovia é intenso e, desde a assinatura, acumula problemas pela falta de manutenção, como buracos, mato alto que esconde as placas e falta de acostamento em vários trechos.
Além da comunidade, os problemas no eixo ainda afetam diretamente o desenvolvimento das companhias. Levantamento da Associação Empresarial de Joinville (Acij) calcula que cerca de 40% dos produtos fabricados na cidade sejam transportados pelo Eixo Industrial. Nos cálculos da associação, este montante representa 4% da economia do Estado.
Duplicação do Eixo Industrial, licitada há dois anos, não tem data para começar em Joinville
Somente no parque industrial Perini há 200 empresas. Diariamente, caminhões carregados entram e saem de lá, além do fluxo de trabalhadores, visitantes e alunos da UFSC, já que o campus da universidade fica dentro do parque industrial.
— Ter infraestrutura adequada é fundamental para que possamos melhorar a produtividade, porque as pessoas ficam muito tempo no trânsito e a carga também. Tanto que fizemos a duplicação em frente ao parque e, agora, precisamos do entorno — defende o diretor-presidente do Perini Business Park, Marcelo Hack.
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Edital previa R$ 50 milhões em obras
O orçamento de 2017, quando o edital da duplicação foi lançado, previa investimento de aproximadamente R$ 50,4 milhões. Há tratativas para incluir a obra em financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), mas não há prazo para a negociação por esta linha de crédito.

A duplicação é uma reivindicação antiga da associação empresarial. No passado, o trabalho chegou a ser autorizado por meio de um convênio pelo qual as empresas fariam o repasse do ICMS diretamente para a realização das obras. Depois, o convênio precisou ser cancelado pelo ex-governador Raimundo Colombo.
A Secretaria de Estado da Infraestrutura informou à reportagem que a manutenção das rodovias estaduais, caso da 101A, está sendo realizada com serviços de tapa buracos, roçada e limpeza de sarjeta. Além disso, o contrato com a empresa responsável pela obra já está assinado e está no BNDES aguardando a liberação dos recursos.