Depois de uma curta temporada no Espaço Cultural Avá Ramin, o grupo Atos Teatro, de Joinville, faz sua quarta participação na mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba, o Fringe. “A Moça Mais Bonita do Rio de Janeiro” foi o espetáculo escolhido para representar a cidade catarinense na 21ª edição do evento.

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Serão quatro apresentações do grupo joinvilense ao longo da programação, que segue até 8 de abril. Nesta quinta-feira, Atos faz a sua primeira aparição às 22 horas, na Casa Hoffmann, onde ocorrerão outras três sessões nesta sexta, sábado e domingo.

O Fringe chega à 15ª edição e neste ano traz 368 espetáculos de 19 Estados brasileiros e Distrito Federal, que vão se revezar em 61 espaços da capital paranaense. Os ingressos estão à venda no www.festivaldecuritiba.com.br a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

O braço democrático do festival de teatro é um espaço aberto para grupos de todo o País que querem divulgar seus trabalhos. Não há seleção para participar da mostra, basta os grupos se inscrevem e escolherem um trabalho para apresentar.

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O musical é a terceira produção da Atos no evento. Em 2001 e 2002, o grupo levou “Reticências”, que propõe uma reflexão acerca da humanidade e do convívio em sociedade, para o palco da mostra. “Folias Machadianas” foi o último trabalho apresentado pelos joinvilenses em Curitiba. “Essa peça cresceu muito depois de passar pelo Fringe, porque recebeu opiniões especializadas, o que aqui em Joinville temos pouco”, argumenta Marcelo Mello, membro da Atos.

– O Festival de Curitiba é uma festa com várias linguagens presentes. É a chance de mostrar o nosso trabalho para um público que não o conhece -, diz Mello.

“A Moça Mais Bonita do Rio de Janeiro” foi escolhido pela Atos por ser o espetáculo mais recente do grupo. O elenco conta com Angela Bonmann, Eliane Ramin, Larissa Ramiro e, recentemente, Samara Trindade entrou no lugar de Daniele Pamplona. A direção é de Rubens Lima Junior.

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A peça – adaptação do conto de Arthur Azevedo para o teatro musicado – traz quatro prostitutas de um bordel decadente como narradoras. Elas contam o romance de Fadinha com um pobre funcionário de repartição pública, até a chegada de um barão interessado em desembolsar uma boa quantia para ter a moça ao seu lado, discutindo a atemporal, e sempre presente, imposição da beleza feminina.

As personagens recepcionam o público, e, durante a apresentação, envolvem a plateia enquanto circulam por ela. A trilha sonora do espetáculo saiu da parceria entre Augusto Pessoa, do Rio de Janeiro, e Jacson Araújo, de Joinville. O cenário, também de Pessoa, usa elementos de bordeis antigos e atuais.

Catarinenses

Além da Atos Teatro, outros nove grupos catarinenses aparecem na longa lista do Fringe. Companhias de Palhoça, Balneário Camboriú e Florianópolis dão uma palhinha da produção do Estado nos gêneros infantil, drama, comédia, teatro de rua e de palhaço.

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Eles se dividem em seis categorias da mostra: Grupos de BH – Teatro para Ver de Perto, Mostra Seu Nariz, Mostra de Teatro para Crianças de Todas as Idades, Mostra Novos Repertórios, Na companhia de… e Coletivo de Pequenos Conteúdos. O Festival de Teatro de Curitiba segue até 8 de abril.

Grupos catarinenses participantes

“A Mãe do Patinho Feio”, de Os Bruxos da Corte. Infantil, de Palhoça

O Circo Voador”, de Os Bruxos da Corte. Comédia, de Palhoça.

“… In Memoriam, Uma Comédia Para Morrer de Rir”, de Cia. Teatro L.A. Chama. Comédia, de Florianópolis.

“Arrox Cum Ovu”, de Ensamble Produções Artísticas. Comédia, de Balneário Camboriú.

“Serviço Ativo em Metadança N.5”, de Coletivo Génos Teatro Dança. Teatro de rua, de Florianópolis.

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Circu Di Duas”, de Ensamble Produções Artísticas. Infantil, de Balneário Camboriú.

João e o Pé de Feijão”, de Turma do Papum. Infantil, de Florianópolis.

O Grande Invento”, de Turma do Papum. Teatro de rua, de Florianópolis.

“O Diamante”, de Mafiarte. Comédia, de Balneário Camboriú.

“Evocações – Sobre a Obra de Cruz e Sousa”, da Cia Aérea de Teatro. Drama, de Florianópolis.

O Misterioso Sumiço do Boi de Mamão”, de Clã dos Nobres Arteiros. Teatro de Palhaço, de Florianópolis.

“O Louco Magnético”, de Clã dos Nobres Arteiros. Teatro de Palhaço, de Florianópolis

“Bom Apetite”, de Pé de Vento Teatro. Teatro de palhaço, de Florianópolis.

Mostra Oficial

Neste ano, a Mostra terá 29 espetáculos, de seis Estados brasileiros (SP, PR, RJ, MG, PE e BA) e dois internacionais (Espanha e Inglaterra). Desse total, oito são estreias nacionais. A curadoria – formada por Celso Curi, Lucia Camargo e Thania Brandão – busca revelação nos limites da invenção textual e cênica.

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As peças que sobem ao palco nesta quarta são: “Ah, a Humanidade! e Outras Exclamações…” (estreia), “De Verdade”, “Escravas do Amor” (estreia), “Los Pájaros Muertos” e “O Idiota – uma Novela Teatral”. Há atrações todos os dias, em sete locais diferentes.

Muitas companhias que marcaram presença no ano passado repetirão a dose nesta edição. Para o diretor do Festival, Leandro Knopfholz, as escolhas não denotam falta de renovação.

– Não é uma fila que anda, é uma roda que se amplia. A gente tenta expandir, nunca fechar -, observa ele.

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De acordo com o diretor do festival, outro foco da seleção foram as companhias brasileiras estáveis. É assim que se poderia explicar, por exemplo, o retorno do Grupo Galpão, que em 2011 apresentou “Tio Vânia” e agora traz “Eclipse”.

Fringe

Mostra dedicada a espetáculos de todo o País, sem curadoria. Neste ano, são mais de 300 inscritos que vão se apresentar em 60 espaços do festival. Entre as mostras especiais dessa edição está “Grupos de BH: Teatro para ver de Perto”, que tem a curadoria do Cine Horto Galpão, braço da companhia mineira.

O Fringe apresenta também a segunda edição dos projetos “Mostra Seu Nariz”, da Cia dos Palhaços; e “na companhia de?”, da Cia Brasileira. Além da realização da “Mostra de Teatro Para Crianças de Todas as Idades”, “Coletivo de Pequenos Conteúdos” e “Mostra Novos Repertórios”. Há atrações todos os dias.

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