Em uma de suas andanças pela Rua Cristóvão Colombo, na Capital, José Henrique Ligabue deixou a vergonha de lado e decidiu: “É hoje que eu vou entrar no Tepa (Teatro Escola de Porto Alegre)“. A partir daí, mudou seu destino. O ator porto-alegrense de 30 anos, que hoje interpreta o personagem Lino na novela Flor do Caribe, não sabia que aquele dia de janeiro de 2009 iria ser um marco em sua trajetória.

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– Sempre fui um cara brincalhão, mas não tinha coragem de encarar o teatro. Aos 26 anos, deixei a vergonha de lado – afirma Ligabue, em entrevista ao TV Show, por telefone.

Naquele ano, o rapaz administrava uma ótica na Capital. Após um curso intensivo de verão no Tepa, ministrado por Zé Adão Barbosa, com duração de uma semana, deixou a empresa nas mãos de uma sócia e se dedicou a outra oficina de formação de atores, durante um ano. A estreia de Ligabue nos palcos ocorreu em solo gaúcho em um festival de Dom Pedrito. O espetáculo, a tragédia grega Fenícias, era uma montagem do Grupo Jogo de Experimentação Cênica, do qual o ator é um dos fundadores.

– Além de atuar em diferentes peças, como Adolescer e Roda Gigante, sempre gostei de conhecer os bastidores. Já fiz iluminação e produção de set para estar perto dos palcos e das filmagens. Nunca recusei trabalho – diz.

No fim de 2011, o ator se mudou para o Rio para fazer uma oficina no grupo carioca Tá Na Rua. Mas a estadia no centro do país foi rápida. Em 2012, voltou ao Sul para fazer testes de elenco para o filme O Tempo e o Vento, dirigido por Jayme Monjardim, e foi selecionado. No longa, que estreia no segundo semestre, o ator interpreta Antonio Terra.

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Na TV, Ligabue já participou de produções locais, como a série Gre-Nal É Gre-Nal. Mas o personagem da atual novela das seis é um desafio para o gaúcho. Ambientada no Nordeste, a história foge das raízes do Sul e exige uma identificação com a cultura do outro extremo do Brasil.

– Estou fazendo aulas para perder o sotaque. Além disso, aprendi a tocar sanfona e a fazer renda – diz.

Apesar do forte ritmo de gravações, o ator consegue vir com frequência a Porto Alegre, especialmente para participar de ensaios do Bloco da Laje, do qual é integrante.

Daniela Escobar também está no elenco das seis

Daniela Escobar sabia bem onde estava pisando ao aceitar viver a bióloga Natália em Flor do Caribe. Neste novo trabalho, ela repete uma parceria de sucesso com o autor Walther Negrão e o diretor e ex-marido, Jayme Monjardim. Em 1994, ela ganhava seu primeiro papel na TV em Tropicaliente, sucesso no horário das seis, escrita por Negrão. Com Jayme, a gaúcha trabalhou em Chiquinha Gonzaga, O Clone, A Casa das Sete Mulheres, América e A Vida da Gente.

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– É muito boa essa parceria com Jayme, mas, sinceramente, não acredito em amuleto, e, sim, na competência dos profissionais envolvidos, o que garante o sucesso das novelas e minisséries – diz Daniela sobre o ex.

As coincidências não param por aqui. Em Flor do Caribe, sua personagem chegou à Vila dos Ventos a trabalho com as duas filhas. A bióloga vai se relacionar com o jovem pescador Juliano, vivido por Bruno Gissoni, e o ator é filho de uma amiga da atriz.

– A vida nos apresentou há muitos anos, quando meu filho ainda era pequeno, e os dela eram adolescentes – diz Daniela, que não enxerga problema na diferença de idade: – Quando o coração dispara, a idade é só um número. Já me relacionei com homens mais velhos e mais jovens. Idade é relativa. O mais importante é o caráter.

Na trama, no entanto, o preconceito e a resistência de uma das filhas vão dificultar o romance:

– Tem também o ex-marido que deve aparecer para complicar tudo. Torço muito para que o amor vença.

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Bem urbana, a atriz está adorando voltar ao universo dos pescadores, até porque não dispensa um dia de sol na praia:

– Gosto de sentir a areia nos meus pés.