Não surpreende que o STF tenha mantido a sessão de votação do impeachment do domingo. Os ministros vinham dando sinais de que não iriam interferir em outro Poder em um momento decisivo.

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Por isso, a iniciativa do governo para tentar barrar o processo pode ser encarada como um ato de desespero, uma última e arriscada cartada. Enquanto os deputados petistas passaram a tarde dentro do Congresso, dizendo que o jogo ainda não terminou, a Advocacia-Geral da União tirou da manga uma estratégia que já estava desenhada há semanas. Ontem, porém, partidos aliados se distanciaram ainda mais.

A matemática está complicada para o Planalto. A oposição afirma que já tem os 342 votos necessários. A favor de Dilma, ao lado do PT e do PCdoB, o PDT enfrenta dificuldades para assegurar a fidelidade ao governo. Entrar na Justiça estava no plano do governo desde o início do processo, se nada mais funcionasse.