Os protestos contra a realização da Copa do Mundo, que tiveram início de forma pacífica e ocorreram em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Brasília, acabaram em confusão neste sábado. A Polícia Militar de São Paulo informou que 146 pessoas foram detidas. Segundo a Folha de São Paulo, todos os manifestantes foram liberados na manhã deste domingo.

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Contrários aos gastos com o evento esportivo, os manifestantes defendiam o investimento do dinheiro destinado à Copa em setores como saúde e educação.

Na capital paulista, os manifestantes e a PM entraram em confronto na Rua Barão de Itapetininga, na região do Theatro Municipal. Estabelecimentos comerciais começaram a ser depredados por volta das 20h, no centro da cidade.

A primeira loja a ser atacada foi uma lancheria. Os policiais fizeram uma barreira para tentar proteger o restaurante e os manifestantes começaram a correr e destruir agências bancárias pelo caminho, colocando fogo em terminais de atendimento. Os black blocs correram em direção dos PMs e lançaram coquetel molotov.

A PM fez um cordão de isolamento para impedir que os manifestantes fossem para a Praça da República, onde acontece o principal show dos 460 anos da cidade de São Paulo. O clima é tenso na região. Latas e garrafas foram jogados contra o público e ao menos duas pessoas ficaram feridas.

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O tumulto ocorreu no intervalo entre os shows de Paulinho da Viola e Opalas. Atos de vandalismo também ocorrem nas imediações da Praça Roosevelt. Um Fusca e caçambas de lixo foram incendiados.

A manifestação começou pacífica na Avenida Paulista. Pouco antes das 17h, jovens leram um manifesto aos policiais no vão livre do Museu de Arte de São Paulo), onde estavam concentrados desde a madrugada de sexta-feira. Em troca, a PM não enfrentou resistência para revistar barracas armadas pelos manifestantes.

Por volta das 17h30min, cerca de mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista e fecharam os dois sentidos da via. Em seguida, com os black blocs na dianteira, a manifestação desceu a Avenida Brigadeiro Luís Antônio gritando palavras de ordem contra a o Mundial. Assustados, vários comerciantes fecharam as portas quando a multidão se aproximava.

Segundo a PM, efetivo de dois mil homens estão na área de prontidão. O ato é organizado por vários grupos que participaram dos protestos de junho do ano passado, como black blocs, Assembleia Nacional de Estudantes Livre, Periferia Ativa, entre outros. No evento “Não vai ter Copa”, 23 mil pessoas confirmaram presença pelo Facebook.

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Rio Janeiro

No Rio, a manifestação reuniu no Rio cerca de 300 pessoas, que fizeram uma caminhada pacífica pela orla de Copacabana até o final da praia. Depois disso, formou-se um grande tumulto, provocado pelos black blocs, com correria entre os carros presos no engarrafamento.

O protesto começou em frente ao hotel Copacabana Palace, que foi protegido por grandes de ferro, seguranças particulares e cerca de 150 policiais militares. A pista da Avenida Atlântica no sentido Ipanema foi interditada pelos manifestantes, que seguiram em passeata sempre acompanhados pela polícia militar.

A principal preocupação dos policiais eram os cerca de 30 black blocs reunidos bem no meio da passeata, responsáveis pelas depredações e ações violentas registradas nas manifestações de rua no ano passado. A PM contou com o apoio de um helicóptero, que sobrevoou a praia de Copacabana, bastante cheia devido ao sábado ensolarado.

Quando a passeata chegou ao final da praia de Copacabana, a pista sentido Botafogo da Atlântica foi fechada, e a sentido Ipanema, esvaziada. Foi quando a confusão começou. Black blocs provocaram e ofenderam os PMs, que ameaçaram prendê-los.

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Com o tumulto controlado, a passeata seguiu até o Posto 8 da praia de Ipanema, onde os manifestantes pararam. Parte deles distribuiu panfletos para as pessoas nas calçadas e recolheu assinaturas em um abaixo-assinado contra a Copa no Brasil.

Porto Alegre

Na capital gaúcha, cerca de 40 pessoas se reuniram em frente à prefeitura e saíram em caminhada pelo Centro até o Parque da Redenção. Não foram registrados confrontos ou depredações durante a manifestação.

Na semana em que Curitiba foi ameaçada pela Fifa de ficar fora do Mundial, um grupo de aproximadamente 200 pessoas participou do protesto. A manifestação partiu da Boca Maldita, na área central da cidade, foi até prefeitura e em seguida se dispersou.

Durante a caminhada, os manifestantes sentaram-se em diversos cruzamentos por cerca de dez minutos, provocando pequenos engarafamentos. A manifestação, que não teve acompanhamento policial, teve seu momento mais tenso na parte final, quando alguns manifestantes cercaram o prédio da Prefeitura e chegaram a atirar pedras.

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Apesar da presença de alguns guardas municipais, não houve confronto. Um ônibus e algumas agências bancárias foram pichadas como símbolo do anarquismo e uma estação tubo foi atingida por uma pedrada.

O protesto contra a Copa do Mundo ocorrido em Brasília foi marcado pela baixa adesão. Por volta das 17h, cerca de 50 pessoas se reuniram em frente ao Brasília Shopping, na região central da capital.

Em seguida, o grupo cruzou a via W3 e seguiu até o shopping Pátio Brasil. Não houve tentativa de invasão dos estabelecimentos e os manifestantes foram acompanhados por todo o percurso pela polícia militar.

Depois de percorrerem mais uma vez a via W3, os manifestantes desceram rumo à rodoviária e, por volta das 20 horas, encerraram o ato.

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