Charles Miller trouxe da Inglaterra ao Brasil duas bolas antes da virada para o século passado. A redonda teve maior aceitação e o futebol virou o esporte mais praticado no País. Já a oval, que era abraçada e lançada com as mãos, em vez chutada, conquistou adeptos, mas não arrebatou tantos apaixonados. Ainda que o rúgbi disponha de competições de clubes nacionais, uma seleção e atletas que vivem da modalidade, passa longe da grandiosidade futebolística. No entanto, uma partida especial vai colocar a modalidade nos holofotes neste sábado, às 19h.
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A seleção brasileira, chamada de Tupi, vai receber a equipe que simboliza o esporte no globo: os All Blacks Maori. O time representa a Nova Zelândia, que ficou conhecida por ter a essência do rúgbi. Os atletas têm a etnia dos nativos do país da Oceania e são famosos por aplicar a origem guerreira nas atuações, além de fazer a Haka, um ritual que se assemelha à dança e que serve para intimidar os rivais.
O jogo amistoso é um grande evento para a modalidade. O duelo será realizado no Morumbi e tem o viés de espetáculo, indo além de uma simples partida de rúgbi. Para os atletas da seleção brasileira, porém, é a chance de mostrar a modalidade ao público e atrair seguidores ao esporte.
– Estou animado com a partida, empolgado desde quando soube, mesmo não sendo o time principal deles (o Maori é uma espécie de grupo de apresentação da seleção neozelandesa). É uma equipe importante. Assistia aos caras desde quando comecei a jogar. Acho que esta partida pode ajudar na divulgação. Mesmo que não conheçam, as pessoas já ouviram falar dos All Blacks e da Haka – conta André Arruda, conhecido como Buda, e jogador da seleção brasileira.
Buda e o companheiro Bruxinho são representantes catarinenses na partida. Os dois são crias do Desterro, equipe de Florianópolis tricampeã nacional. Defendem até hoje o time em competições nacionais, assim como João Luiz da Ros, ex-jogador e hoje analista de desempenho da seleção. Atletas profissionais, eles estão em São Paulo, onde trabalham em centros de alto rendimento do rúgbi.
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Eles estão há pouco mais de um ano no estado paulista depois de reformulação na estrutura da Confederação Nacional de Rúgbi. Floripa passou a ter o centro de desenvolvimento da modalidade, enquanto os centros de rendimento estão em São José dos Campos e São Paulo. É no interior do estado do Sudeste em que fica o florianopolitano Lucas Piero de Moraes, o Bruxinho. O jogador de 27 anos é um dos destaques nacionais da modalidade, mas só é reconhecido pelos poucos que acompanham o esporte. O jogo deste sábado é a chance de, pelo menos, fazer o grupo crescer.
– Ninguém é reconhecido quando anda na rua. É mais no meio do rúgbi mesmo, de quem segue, mais fechado. A confederação fala muito em divulgar e multiplicar audiência com esse amistoso. Vai bombar com esse jogo – anseia Bruxinho.
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