A conquista histórica do Brasil em Jogos Pan-Americanos tem participação significativa de catarinenses. Nem tanto pela quantidade de competidores que vestiram verde e amarelo em Lima até o último domingo, dia de encerramento das disputas. Foi pelo desempenho mesmo que os atletas de Santa Catarina tiveram importância para País no quadro de medalhas que rendeu o inédito segundo lugar geral do Brasil nas disputas em solo peruano.

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O percentual de Santa Catarina na delegação brasileira foi de 4,72%. Dos 485 atletas, 23 têm origem catarinense – entre eles os velejador Bruno Fontes e o carateca Douglas Brose, nascidos em Curitiba e Cruz Alta (RS), respectivamente, e que estão no Estado há tempos. Das 171 medalhas brasileiras em Lima (55 ouros, 45 pratas e 71 bronzes), 7% foi conquistada por representantes de SC, seja por equipes ou individual.

A participação catarinense mais significativa foi nas medalhas de ouro, determinantes para o ranqueamento das nações no quadro de medalhas do Pan 2019. O Brasil tem novo recorde de ouro em Jogos Pan-americanos, com 55. Destas, quase 10% tiveram suor catarinense. Em modalidades por equipes vieram com o itajaiense Rodrigo Nascimento, no revezamento 4x100m, com a florianopolitana Beatriz Linhares da Silva, integrante da equipe de ginástica ritmica, e com a blumenauense Duda Amorim, do time de handebol feminino. Subiram sozinhos no pódio o concordense Darlan Romani, do arremesso de peso, e o florianopolitano Matheus Dellagnelo, na classe sunfish da vela.

Bruno Fontes, prata, e Matheus Dellagnelo, com ouro, foram destaques catarinenses na vela do Pan 2019
Bruno Fontes, prata, e Matheus Dellagnelo, com ouro, foram destaques catarinenses na vela do Pan 2019 (Foto: Divulgação, Iate Clube de Santa Catarina)

Há curiosidades destes últimos dois competidores. Com seus 155kg, Romani foi o atleta mais pesado de toda a delegação brasileira. Já Dellagnelo conquistou o bicampeonato na classe sunfish após quase uma década. O primeiro título pan-americano dele havia sido em 2011, em Guadalajara, no México.

– Depois de oito anos, repetir o feito e ser bicampeão é muito emocionante – disse o velejador pouco depois de deixar as águas da Baía de Paracas, no Peru.

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Curiosamente, as duas medalhas de prata com participação de Santa Catarina foram dos dois atletas que moram em Florianópolis há tempos, mas não são nascidos no Estado. Bruno Fontes, na vela, e Douglas Brose, no caratê, formam os 4,4% catarinense entre as 45 medalhas prateadas

– Claro que eu gostaria do ouro. De qualquer forma, fiquei feliz em conquistar minha quarta medalha em Jogos Pan-Americanos (tem dois bronzes e um ouro). Entrei para a história e quebrei o recorde na minha categoria do caratê. Até então, ninguém tinha conquistado tantas medalhas. É motivo de orgulho para mim – avaliou Brose.

Além da medalha de ouro, Beatriz Linhares da Silva também participou de duas conquistas de bronze para o time brasileiro no Pan. Com isso, ela é a catarinense com mais medalhas nos jogos realizados em Lima – todas por equipe. Seus dois bronzes com outros três, sendo um único para a equipe de três caratecas, de Içara, fez Santa Catarina contribuir com 7% das 71 medalhas bronzeadas na campanha em solo peruano.

Duda Amorim contribui com ouro e vaga para Olimpíadas do handebol feminino
Duda Amorim contribui com ouro e vaga para Olimpíadas do handebol feminino (Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

Caminhos diferentes para Tóquio-2020

Vencer em Lima ou estar no pódio não significa ter assegurada a presença nas Olimpíadas 2020, em Tóquio. Há modalidades disputadas no Pan que não estão no programa olímpico, outras que levam em consideração o resultado e também algumas em que é irrelevante a competição continental. A única vaga para a competição no Japão conquistada com participação catarinense foi no handebol feminino, que teve na equipe a jogadora Duda Amorim, de Blumenau.

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Em provas do atletismo, o que vale são as marcas em competições oficiais. Darlan Romani, do arremesso de peso, tinha índice antes mesmo da competição em Lima. No caso do velocista Rodrigo Nascimento, ele precisa estar convocado para formar a equipe do revezamento 4x100m. Já na ginástica rítmica de Beatriz Linhares da Silva, competições mundiais de conjuntos que serão realizadas entre setembro e maio.

O florianopolitano Matheus Dellagnelo seria obrigado a trocar de classe na vela para tentar ir para os jogos no outro lado do mundo. A sunfish, em que conquistou o bicampeonato, não faz parte do programa olímpico. A laser standard que rendeu a prata para Bruno Fontes está entre as modalidades. No entanto, o segundo colocado no Pan 2019 anunciou aposentadoria das competições de vela, vai virar técnico. O outro medalhista prateado que representou Santa Catarina em Lima, Douglas Brose, corre atrás do sonho olímpico. A disputa no Pan tem peso pequeno na distribuição de vagas no caratê para Tóquio-2020. O principal caminho dele é somar pontos no ranking mundial.

– Não é o momento de descanso. Ainda tenho muita competição pela frente. Em breve retornam as etapas do circuito mundial e o foco continua no ranking olímpico. Preciso continuar pontuando bem para conquistar uma vaga nas Olimpíadas do ano que vem. Esse é o grande objetivo.

Beatriz Linhares da Silva (centro) comemora ouro na ginástica rítmica no Pan de Lima
Beatriz Linhares da Silva (centro) comemora ouro na ginástica rítmica no Pan de Lima (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Os catarinenses na delegação brasileira

485 atletas Brasil / 23 atletas de SC (4,72%)

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171 total de medalhas / 12 com atletas de SC (7%)

55 medalhas de ouro / 5 ouro SC (9,09%)

45 medalhas de prata / 2 prata SC (4,4%)

71 medalhas de bronze / 5 medalhas de bronze (7%)

Medalhas de ouro (5)

– Rodrigo Nascimento (Itajaí)

Integrante do revezamento 4x100m

– Darlan Romani (Concórdia) ​

Arremesso de peso

– Beatriz Linhares da Silva (Florianópolis)​

Ginástica Ritmica, conjunto três arcos e duas maças

– Duda Amorim (Blumenau) ​

Handebol feminino

​- Matheus Dellagnelo (Florianópolis) ​

Vela, classe sunfish

Medalhas de prata (2)

– Douglas Brose (Cruz Alta – RS)

Caratê, categoria kumite até 60kg

– Bruno Fontes (Curitiba – PR)

Vela, classe laser standard

Medalhas de bronze (5)

– Beatriz Linhares da Silva (Florianópolis)​

Ginástica Ritmica, conjunto geral

– Beatriz Linhares da Silva (Florianópolis)​

Ginástica Ritmica, conjunto cinco bolas

– Rudolph Hackbarth (Blumenau)

Handebol masculino

– Izabel Cardoso, Sabrina Pereira e Carolaini Pereira (trio de Içara)

Caratê, categoria kata por equipes feminino

– Willian Giaretton (Ponte Serrada)

Remo, equipe 4 Sem masculino

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