Após 3 horas e 43 minutos de suor, esforço e concentração, o corpo cansado do atleta joinvilense Fabiano José Fabri Miranda abraçava a família na área de dispersão da 117º Maratona de Boston. Ele comemorava a primeira participação na tradicional corrida, uma das maiores e a segunda mais antiga do mundo, quando ouviu duas explosões. “Foi um barulho alto. Duas vezes seguidas. Pareceria dois transformadores explodindo”, conta.

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Eram por volta das 15 horas (16 horas em Brasília) e, naquele momento, boa parte das milhares de pessoas que estavam próximas a linha de chegada na Copley Square, coração da cidade, sequer imaginava que os barulhos eram decorrentes das explosões de duas bombas que deixaram pelo menos três mortos e mais de cem feridos. As detonações ocorreram em dois pontos da rua Boylston, distantes cerca de 150 metros um do outro.

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– O povo ficou assustado com o barulho. Mas logo a festa continuou. Todo mundo comemorando. De repente, começaram a chegar várias ambulâncias e carros de polícia -, lembra o engenheiro, que foi rapidamente para o hotel onde soube o que estava acontecendo.

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– No hotel, todos tentavam falar com as suas famílias. O sinal de celular chegou a ser cortado. Na TV, informaram que as bombas poderiam ter sido acionadas por celular -, acrescenta Fabiano, um dos 17,6 mil participantes que cruzaram a faixa final antes das explosões.

Os joinvilenses Juliana Monteiro Ferreira Martins e Sérgio Rodrigues Alves também estavam entre os 131 brasileiros que participaram da prova. Ao todo, a corrida reuniu 23 mil atletas.

– As explosões foram bem perto de onde a minha mãe e a minha irmã estavam me esperando -, conta Juliana, que terminou a corrida cerca de 40 minutos antes das explosões.

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Eduardo Prates, joinvilense que mora há seis meses em Boston, conta que o metrô da cidade foi fechado segunda-feira e que a movimentação de ambulâncias era intensa. Enquanto acompanhava os fatos pela TV, o estudante narrava a situação por meio de uma rede social para o “AN”. “Parece que filmaram um homem jogando a bomba em uma lixeira”, contou.

Até a noite de segunda-feira, não haviam informações oficiais que determinassem se as explosões foram ou não um ato de terrorismo. Além das duas bombas detonadas na maratona, outras duas foram encontradas no mesmo local e uma terceira explodiu na Biblioteca JFK, que fica nas proximidades. Nova York e outras grandes cidades dos EUA reforçaram a segurança.

Cerca de três horas depois das explosões, o presidente Barack Obama fez um pronunciamento breve. Não citou diretamente a possibilidade de terrorismo e disse que a América “vai descobrir quem fez isso e por que fez isso” e que os responsáveis “vão sentir por completo o peso da Justiça”. Já o FBI classificou os atos como um ataque terrorista e investiga-se a autoria é de algum grupo americano ou do exterior.

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