Após o cancelamento de todas as etapas dos Jogos da Juventude Catarinense (Olesc) e dos Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina (Parajesc) na etapa estadual, os mais de 200 atletas de Jaraguá do Sul buscam motivação para continuar treinando todos os dias. O investimento anual da Fundação Municipal de Esporte (FME) chega a R$ 200 mil para a principal competição para atletas com 16 anos.

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O diretor de esporte da FME, Cláudio Tubbs, explica que os atletas da base jaraguaense são preparados para os jogos da juventude desde os 12 anos, quando entram para as equipes de rendimento. Ao cancelar a competição, o governo estadual está desperdiçando um trabalho de quatro anos, segundo ele.

– É a chance de esses atletas participarem da competição. No ano que vem, a Olesc não será mais realidade, pois eles terão 17 anos – desabafa.

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Em nota oficial, a justificativa da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) foi de que a cidade-sede, Curitibanos, não teria disponibilidade de alojamentos em algumas regiões por causa do ajuste no calendário escolar – que coincide as datas das aulas com os jogos por causa da greve dos professores no início do ano. Segundo Tubbs, os gastos seriam com alojamento e alimentação da arbitragem, mas cidades se prontificaram a ajudar, como foi o caso de Joinville.

– É frustrante ver o trabalho de técnicos e a dedicação de atletas sendo desperdiçados com o cancelamento dos jogos – enfatiza Tubbs.

Jaraguá do Sul iria para os jogos com 220 atletas em 15 modalidades. A etapa estadual seria de 2 a 11 de outubro. A FME paga uma bolsa-atleta para alguns jogadores que varia de R$ 120 a R$ 430 por mês, sem falar em salários de treinadores e materiais esportivos.

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Competição era oportunidade de visibilidade para atletas

Para os atletas de 16 anos Matheus Roweder Frutuoso e Higor Matheus Hess, é um sonho que está sendo tirado deles. Eles treinam diariamente, sendo que três vezes por semana a preparação ultrapassa quatro horas por dia, os chamados treinos duplos para a Olesc.

– O esporte possibilitou bolsa de estudo no nosso colégio, mais responsabilidade e o sonho de vestir a camisa da Seleção Brasileira – revela Matheus.

Além disso, os atletas revelam que a Olesc é a porta de entrada para olheiros de outros Estados, como Rio Grande do Sul e São Paulo. Higor conta que se o esporte é pouco valorizado no País, a visibilidade do atleta diminui quando é cancelada uma das principais competições catarinenses.

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– Queremos ter um futuro no esporte. Estamos trabalhando para vencer os jogos desde fevereiro, mas estão tirando a nossa oportunidade – conta Higor.

Preparação

Questionados sobre o que fariam se não tivessem treinos, tanto Higor quanto Matheus não souberam dizer. Os pivôs da equipe masculina vivem para o basquetebol.

O treinador da equipe da Olesc, Alexandre Luís Stnger, revela que o trabalho começa quando é ensinado o basquetebol nas escolas, dentro do Projeto A Bola da Vez. Depois, aos 12 anos, os atletas de destaque são encaminhados para a FME e começa a preparação para as principais competições. Para ele, é difícil motivar uma equipe quando a única competição é cancelada.

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