O paratleta joinvilense Talisson Glock garantiu o ouro e o recorde no Mundial de Natação Paralímpica, ao completar os 400 metros livre S6 em 4min52s42, nesta quinta-feira (3), em Manchester, na Inglaterra.
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Na terça-feira (1º), ele conquistou duas medalhas de prata, nos 100m livre S6 e no revezamento 4x50m 20 pontos. Agora, o nadador brasileiro possui 12 conquistas em Campeonatos Mundiais.
— A medalha é uma consequência, fico feliz pelo trabalho, pelo tempo, pelo recorde de 16 anos quebrado. Estou muito contente com minha performance. Eu, particularmente, oscilei muito na minha carreira. Hoje eu busco essa constância dentro e fora da piscina. Fico muito contente por o trabalho estar conseguindo ser aplicado — disse.
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Além do ouro e das duas pratas conquistados até aqui, Talisson foi desclassificado dos 200 medley, outra especialidade do nadador, no terceiro dia do Mundial. O joinvilense não concordou com a decisão dos árbitros.
— Fiquei muito frustrado com o que aconteceu, principalmente porque é uma prova que também iria brigar por medalha, acho que o erro não foi meu. A regra do borboleta é muito subjetiva. Acaba que não tenho um braço e uma perna do mesmo lado. Fica praticamente impossível manter esse alinhamento que eles desejam. Fica para os olhos do árbitro. Faz três anos que nado assim e não sou desclassificado — finalizou.
Até quinta-feira (3), o Brasil conquistou 28 medalhas na competição, sendo dez ouros, oito pratas e 10 bronzes, e está em terceiro no ranking geral, atrás de China e Itália.
Superação, garra e orgulho
O nadador que deu as primeiras braçadas em um projeto na maior cidade de Santa Catarina hoje orgulha a família, os professores e o Brasil.
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Nascido em Joinville, Talisson foi atropelado por um trem aos nove anos em 6 de julho de 2004, quando perdeu o braço esquerdo e a perna esquerda. Seis meses depois, foi convidado para treinar no CEPE (Centro Esportivo para Pessoas Especiais).
Talisson chegou à seleção brasileira em 2010 e conquistou seis medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, além de uma prata e um bronze no Mundial de Glasgow em 2015.

Estreou nos Jogos Paralímpicos no Rio 2016 e faturou sua primeira medalha, um bronze nos 200m medley. Em 2021, voltou de Tóquio com três medalhas nos Jogos Paralímpicos.
*Sob supervisão de Raphaela Suzin
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