Na manhã do último domingo, Mario Sales acordou cedo para participar da segunda edição da Maratona Caixa de Santa Catarina. Com quase 100 corridas de rua no currículo, o atleta de 31 anos finalmente conseguiu realizar o sonho de completar os 42,195 quilômetros de uma maratona.

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– Foi muito difícil. A estratégia era manter um ritmo confortável pra superar meu objetivo. Mas o ritmo foi caindo devido ao forte vento contra, chegando ao limite extremo da dor. Tive que parar por muitas vezes, com cãibras nas duas pernas. Mesmo alongando, não conseguia andar – destacou o maratonista amador, que terminou a prova em três horas, 59 minutos e 17 segundos.

Mário mora em Florianópolis e começou a correr em 2004 em busca de uma vida mais saudável. Desde então, o atleta vem em franca evolução e ganhando destaque entre os maratonistas da Grande Florianópolis. Em 2012, recebeu o prêmio de Atleta Revelação da ACORSJ (Associação de Corredores de São José), além de tornar-se o líder do ranking na categoria 30-34 anos.

A preparação para a Maratona não foi fácil. Nos meses que antecederam a prova, Mário não teve descanso: além de correr quatro vezes por semana, também realizou atividades complementares, como musculação, treinos de bicicleta, natação, pilates e yoga, sempre assessorado pelo treinador Fabiano Braun. Também teve de promover algumas mudanças na alimentação, que passou a ser controlada por um nutricionista. Apesar disso, o atleta garante que todo o esforço nos últimos meses valeu e pena.

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– Hoje, correr é um vício. Para mim, nao é um questão de idade, basta ter força de vontade, botar um tênis e ir pra rua. Nunca esquecendo de fazer um check up médico antes – alerta o atleta, que conversou com o Diário Catarinense e falou da emoção de completar a primeira maratona.

Veja a entrevista completa:

Diário Catarinense – Como você avalia essa sua primeira maratona completa?

Mário Sales – A inexperiência em uma prova tão longa mostrou que, mesmo seguindo as planilhas de treinos corretamente, com alimentação, hidratação e suplementação, sofri muito nos 12 quilômetros finais. A estratégia de manter um ritmo confortável foi se perdendo devido ao forte vento contra, chegando ao limite extremo da dor. Tive que parar por muitas vezes, com cãibras nas duas pernas.

DC – Nos momentos mais difíceis, você chegou a pensar em desistir? O que te fez continuar até o fim?

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Mário – Fui assim, com dores, até o fim da prova, graças aos incentivos de vários amigos e desconhecidos que passavam por mim. Uma lição que levei dessa primeira experiência é que por mais treinados que estejamos, os fatores externos (como a atuação da da natureza, por exemplo) sempre tem que ser respeitados. Ano que vem estarei novamente em busca do objetivo de estar dentro do índice dos maratonistas do Brasil.

DC – Quais foram as sensações ao começar e ao terminar a maratona?

Mário – Já participei de inúmeras provas, foram quase 100 corridas em distâncias de cinco, 10 e 21 quilômetros. Posso dizer que a adrenalina envolvendo uma Maratona teve um sabor diferente. O início se deu quando falei com meu treinador sobre o desejo de realizar a prova: os treinamentos, a semana anterior, tudo gira em função. O que mais chamou a atenção durante a prova foi o espírito envolvente dos corredores, incentivando, sorrindo e desafiando os lilmites do corpo. Hoje eu posso dizer que senti a sencação de correr os 42,195km, sendo que o final foi um dos momentos mais alegres da minha vida: uma mistura de dor, alegria e realização de dever comprido. Sou um Maratonista!

DC – O que achou do evento em si? Como avalia a organização e o nível dos competidores?

Mário – Com certeza é uma prova que veio pra ficar no calendário. Desde a divulgação, entrega dos kits, toda a estrutura montada, hidratação durante o percurso, staffs incentivando os atletas, espaço reservado para tenda das equipes. Enfim, Florianópolis precisa de grandes eventos como esse. Com certeza, correrei novamente no ano que vem, e espero ter um pouco mais de facilidade no percurso.

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