O ativista cego Chen Guangcheng deixou Pequim neste sábado acompanhado da família rumo a Nova York em um voo comercial da companhia United Airlines. A aeronave com o chinês, a mulher dele, Iuane Weijing, e seus dois filhos, decolou com destino aos Estados Unidos às 6h47min (horário de Brasília), segundo informações do jornal americano New York Times.

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No início do mês, o Ministério do Exterior do país asiático havia informado que Chen poderia deixar a China para estudar no exterior. A medida abre caminho para que seja resolvida a tensão diplomática criada entre os Estados Unidos e a China em razão da situação do dissidente.

À época, em um comunicado, o governo chinês informou que Chen, um dos ativistas mais conhecidos do mundo, seria autorizado a viajar “em conformidade com as leis” do país.

O ativista buscou ajuda na embaixada dos EUA em Pequim depois que escapou da prisão domiciliar. Enquanto os dois países discutiam o caso, ele ficou em tratamento médico em um hospital.

A fuga da prisão domiciliar foi em 22 de abril, na província de Shandong, após quatro anos de confinamento.

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O caso

O dissidente, que passou seis dias refugiado na embaixada americana em Pequim, pediu no dia 5 deste mês para viajar aos Estados Unidos porque temia por sua vida. Ele declarou à imprensa que desejava se exilar nos Estados Unidos:

– Gostaria de dizer ao presidente Obama que, por favor, faça tudo para que nossa família possa partir -, declarou Chen por telefone de um hospital de Pequim.

Chen Guangcheng, 40 anos, acusou o pessoal da embaixada americana de tê-lo induzido a abandonar o local em troca de garantias sobre sua segurança por parte das autoridades chinesas.

– A Embaixada esteve todo o tempo me induzindo a abandonar o local, e prometeu que haveria gente comigo no hospital, mas quando cheguei ao quarto esta tarde, todos haviam partido – afirmou à época.

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Chen Guangcheng, chamado de “advogado descalço”, luta contra as práticas abusivas de esterilização de milhares de mulheres e de abortos forçados.

O dissidente escapou da prisão domiciliar em 22 de abril, na província de Shandong, após quatro anos de confinamento. Sua presença na Embaixada dos Estados Unidos provocou uma grave crise entre Washington e Pequim.

No início do mês, na inauguração do diálogo estratégico e econômico sino-americano, em Pequim, a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, pediu que a China respeite as “aspirações” e a “dignidade” de seus cidadãos.

– Nenhum país pode, nem deve, negar estes direitos a seu povo – disse Clinton ao abrir dois dias de discussões diplomáticas e econômicas de alto nível.

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