Em 2001, a série nossa terra, publicada pelo DC, fez um raio X da região Sul. Onze anos depois, este caderno busca mostrar as atividades produtivas tradicionais e também as alternativas de produção, além de identificar qual o futuro da economia regional.

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Dependente do carvão por muitas décadas, a região Sul do Estado passou por algumas dificuldades antes de diversificar a economia e encontrar alternativas de produção. Na década de 1970, a industrialização formou polos produtivos fortes que, ainda em 2001, quando o Diário Catarinense produziu a série Nossa Terra, começavam a ganhar destaque em nível nacional.

Há 11 anos, a indústria cerâmica do Sul catarinense era responsável por metade das exportações do setor do país e força motriz da economia regional. Empregava 4,7 mil pessoas e movimentou, nos nove primeiros meses de 2001, R$ 476,7 milhões.

Apesar da importância no cenário produtivo do Estado, o setor amargava sérias dificuldades em função do custo do combustível para alimentar os fornos e da variação cambial, que, de lá para cá, tornou os produtos cada vez menos competitivos no mercado internacional.

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Em 2001, a produção teve queda de 3,3% em relação ao ano anterior e redução de 8,4% no volume das exportações, além de acumular endividamento em dólar. Segundo afirmou o presidente do Sindicado das Indústrias de Revestimentos Cerâmicos do Sul (Sindiceram) na época, Cesario Rogerio, o setor demandava investimentos altos para se manter competitivo e precisava ter capacidade de investimento.

Muitas indústrias haviam trocado ou estavam trocando a matriz energética de gás liquefeito de petróleo (GLP) para gás natural importado da Bolívia. E, desde então, uma das batalhas do setor é se manter competitivo concorrendo com outras cerâmicas que pagam menos pelo insumo.

A Cecrisa, líder no mercado nacional em 2001, passou a ser controlada pelo grupo Vinci Partners em junho deste ano. A gestora de investimentos comprou 70% da Cecrisa, por R$ 250 milhões. Do valor total investido, R$ 200 milhões serão destinados à quitação de dívidas que há tempos comprometiam o nível de investimento da empresa.

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A cerâmica De Lucca, que driblava a crise com as vendas para o exterior, também foi vendida. A Cerâmica Elizabeth, uma empresa paraibana, comprou a De Lucca em 2007 e, desde então, investiu R$ 100 milhões na unidade do Sul catarinense.

Indústria química, a que mais crescia

Outro polo forte formado na região, a indústria de plásticos descartáveis era responsável por 85% do abastecimento nacional. Todo o setor empregava 5,2 mil pessoas e faturava R$ 600 milhões por ano.

A indústria de vestuário, formada, à época, basicamente por pequenas e médias empresas, somava 9 mil postos de trabalho. Hoje, o que há 11 anos eram pequenas empresas, são grandes fábricas, com marcas reconhecidas no mercado nacional, como a Damyller.

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Setor que mais crescia no Sul do Estado em 2001, com índices de 40% ao ano, a indústria química agregava 14 empresas há 11 anos. Hoje, são 32. O polo, que nasceu com algumas fornecedoras de esmaltes para as cerâmicas, se diversificou e passou a atender o segmento automotivo, de tintas para impressão e imobiliárias e também a linha técnica moveleira, com marcas do porte de Farben, Resicolor e Anjo Química, que colocam seus produtos em prateleiras de todo o país.