Depois da agropecuária e da madeira que, apesar de ainda resistirem à modernidade, perderam bastante espaço nas últimas décadas, um dos segmentos que mais movimentam a economia da Serra catarinense é o de papel e celulose. Desde 1969, com o início das operações da fábrica da Papel e Celulose Catarinense (PCC) em Correia Pinto, então distrito de Lages e que, em 1982, se tornaria município, o setor é ingrediente fundamental na receita de desenvolvimento da região.

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Passaram-se 43 anos da produção da primeira folha de papel, e o que começou tímido, hoje é uma referência. Das quase 400 empresas do setor instaladas atualmente em Santa Catarina, 20 estão na Serra. A representatividade de apenas 5% deixa de ser pequena ao se considerar que, dos 18,5 mil trabalhadores em todo o Estado, cerca de 3 mil, ou mais de 15%, estão na região serrana.

Isso porque, de todas as empresas, a maior delas está na região. É a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do Brasil e que conta com 16 unidades no país e uma na Argentina. Das 17, cinco estão em Santa Catarina, sendo quatro na Serra – duas em Lages, uma em Correia Pinto e uma em Otacílio Costa. Elas concentram 2 mil dos 14 mil funcionários da companhia.

Investimento de R$ 220 milhões

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Obtendo aumento de vendas e receitas ao longo dos últimos anos, especialmente em 2012, quando o lucro líquido até setembro foi de R$ 605 milhões, 10 vezes mais do que o total registrado no mesmo período de 2011, a gigante resolveu abrir o cofre.

Um investimento de R$ 220 milhões será realizado na fábrica de Correia Pinto para incrementar a produção. Uma nova máquina foi adquirida pela companhia e, quando entrar em funcionamento, daqui a um ano, possibilitará aumentar em mais de 60% – das atuais 133 mil toneladas para 213 mil toneladas por ano – a fabricação de papel para sacos industriais.

Durante o processo de instalação do equipamento, até 500 pessoas serão contratadas no pico das obras. Depois de entrar em funcionamento, 60 precisarão ser contratadas em definitivo para a operação.

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– Nos três últimos anos, a empresa investiu R$ 400 milhões na região – diz Sadi Carlos de Oliveira, diretor industrial da Klabin em SC.

Outra gigante que atua na Serra catarinense é a Kimberly-Clark, companhia norte-americana com operações em 35 países, clientes em outras 150 nações e líder mundial em produtos de higiene e bem-estar.

Dos 5 mil funcionários da empresa no Brasil, 250 estão em Correia Pinto, onde fica a única fábrica do grupo em Santa Catarina, em funcionamento desde 2003. É na cidade de 15 mil habitantes e distante 25 quilômetros de Lages que são produzidas as marcas de papel higiênico Neve e Scott.

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– Mesmo com as crises internacionais, o setor de papel e celulose deve crescer mais de 2% neste ano em produção e vendas no Brasil, e a tendência é crescer ainda mais no futuro – aposta Nereu Baú, presidente do Sindicato das Indústrias de Celulose e Papel de Santa Catarina (Sinpesc).

Números do papel

Em Correia Pinto, Klabin Papéis e Kimberly-Clark representam, juntas, 59,38% do ICMS do município. Já em Otacílio Costa, a Klabin, sozinha, representa 48% do ICMS do município. Em toda a Serra catarinense são 20 empresas e 3 mil empregos.