Desde às 5 horas da manhã, os servidores técnicos administrativos da Universidade Federal de Santa Catarina cruzaram os braços em frente à reitoria. Toda esta terça-feira será dedicada a um protesto de alerta ao Ministério da Educação por causado do não cumprimento do acordo firmado ano passado após a greve. Os mais de 3 mil trabalhadores administrativos da universidade querem a equiparação dos benefícios dos ativos para os aposentados. Os professores estão trabalhando normalmente.

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– O governo não cumpre o acordo com a categoria. O governo não aceita pagar as qualificações e capacitações para os aposentados. Ele entende que o aposentado não tem mais vínculo – diz uma das coordenadoras do Sindicato dos Trabalhadores da UFSC, Teresinha Ceccato.

Cerca de 100 trabalhadores, parte deles aposentados ou com intenção de se aposentar, participaram do manifesto. Por volta das 8h30, uma assembleia do sindicato foi realizada em frente à reitoria. Cartazes e carro de som alertavam que a situação não estava tão calma assim na universidade. A paralisação irá durar até as 18h.

Como forma de forçar uma negociação, os trabalhadores fecharam a reitoria. Eles dizem que, apesar da suspensação das atividades administrativas, não impedirão a reitora, Roselane Neckel, de entrar no local.

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A paralisação desta terça-feira foi acertada em assembleia na semana passada. Outro protesto, desta vez em Brasília, está marcado para o fim de abril. Caso não seja cumprido o acordo, os servidores administrativos catarinenses podem entrar em greve.

Atualmente, a UFSC conta com cerca de 3 mil servidores administrativos e 1,9 mil aposentados. Enquanto os ativos tiveram reajuste conforme a qualificação, os aposentados não receberam o benefício. Um exemplo é para quem tem graduação. O adicional é de 20% aos formados. Quem não está em atividade permaneceu com os 10% anteriores.

Luci Tereza Maternal, 57 anos, está com 36 anos de atividade no Centro de Filosofia e Ciências Humanas de Florianópolis. Mesmo com tempo suficiente para se aposentar, ela teme perder os benefícios. A redução no salário pode chegar a R$ 1 mil.

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Por causa desta insatisfação, parte dos serviços da UFSC ficaram comprometidos. A biblioteca e a secretaria do Colégio de aplicação não estão funcionando. Os servidores dos Restaurante Universitário também se retiraram do trabalho. Apesar de ter serviço terceirizado, a oferta de almoços pode ser prejudicada. Os serviços da biblioteca universitária e a área de impressão também estão prejudicados.

Os alunos de enfermagem que prepararam uma despedida dos formandos para esta terça tiveram que cancelar os eventos. Os estudantes de todas as fases e professores que foram convidados para a comemoração na reitoria tiveram que alterar a data para abril.

A mesma paralisação se repete nos outros Estados. Uma reunião com o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, está prevista para a próxima quinta-feira. O encontro que deveria ser feito no começo desta semana foi suspenso.

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