Anders Breivik, 33 anos, autor dos piores ataques na Noruega desde a II Guerra Mundial, foi condenado à pena máxima de 21 anos de prisão nesta sexta-feira. Apesar das alegações de que ele sofre de problemas psiquiátricos, os juízes consideraram que ele é penalmente responsável pelos seus atos.
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Os ataques de 22 de julho de 2011, nos quais Breivik explodiu um veículo no centro da capital, matando oito pessoas, e depois abateu a tiros outras 69 em um acampamento de jovens trabalhistas na lha de Utoeya, traumatizaram a nação escandinava.
Na semana passada, um relatório concluiu que o extremista de direita poderia ter sido detido antes de realizar o massacre. Três dias depois, o chefe de polícia, Oeystein Maeland, anunciou sua renúncia.
Julgado por “atos de terrorismo”, o extremista pode ser internado em um centro psiquiátrico, possivelmente para o resto da vida, ou ser condenado a 21 anos de prisão, a pena máxima na Noruega, mas que pode ser prolongada de maneira indefinida enquanto for considerado perigoso.
Acusado considera internação em hospital “pior” que morrer
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Apesar de ter reconhecido os incidentes, Breivik declarou-se inocente e pediu sua absolvição, afirmando ter cometido os ataques para proteger o país da “invasão muçulmana”. Diz ter atacado os trabalhistas por sua política de imigração favorável ao multiculturalismo.
Em uma inversão de papéis pouco comum, a promotoria pediu que Breivik fosse internado em um centro psiquiátrico, enquanto a defesa solicitou que seu cliente seja reconhecido como mentalmente são, ou seja, penalmente responsável.
Ele quer ser condenado à prisão para que sua ideologia não pareça invalidada por uma patologia mental. Considera ir a um centro psiquiátrico “pior que a morte”.
No ano passado, uma avaliação psiquiátrica oficial concluiu que Breivik sofria de “esquizofrenia paranoide”. O diagnóstico foi invalidado por uma segunda avaliação, que o considerou imputável. No entanto, o primeiro diagnóstico deixou algumas dúvidas sobre sua saúde mental.
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Relembre o caso
No dia 22 de julho de 2011, Anders Breivik deixou uma caminhonete com quase uma tonelada de explosivos em Oslo, capital da Noruega, país reconhecido pelo pacifismo.
A bomba explodiu às 15h22min, em frente a uma torre de 17 andares que abriga dependências oficiais, como o escritório do primeiro-ministro, que naquele momento se encontrava em sua residência oficial. Oito pessoas morreram.
Às 16h57min, Breivik, disfarçado de policial, se aproximou em uma embarcação da Ilha de Utoeya, onde era realizado um acampamento da juventude trabalhista.
Demonstrando frieza e calma, segundo os sobreviventes, matou 69 pessoas, a maioria adolescentes.
Às 18h25min, uma unidade da polícia especial desembarcou na ilha, e Breivik se entregou sem resistir.
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