Proprietários de terrenos que serão atingidos pela Usina Hidrelétrica São Roque, entre a Serra e o Meio-Oeste de Santa Catarina, reivindicam valores de indenização pelas desapropriações dos seus imóveis. Nesta segunda-feira, cerca de 150 pessoas se reuniram na parte pertencente ao município de Vargem para manifestar o interesse.

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A UHE São Roque vai alagar áreas onde vivem 1,3 mil pessoas nos municípios de Brunópolis, Curitibanos, Frei Rogério e Vargem, e todas deverão ser indenizadas porque perderão as propriedades. As negociações pelas terras não agradam a todos e, neste caso, os moradores decidiram lutar pelos seus interesses.

Alegando não serem membros do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e agindo de forma pacífica, os manifestantes reivindicam que a UHE São Roque avalie cada caso e pague os preços que eles pedirem pelas desapropriações. Valores não foram citados, mas os moradores temem perdas financeiras que, segundo eles podem ser irreparáveis para quem vive basicamente da agricultura.

_ Queremos que os verdadeiros atingidos sejam reconhecidos e recebam preços justos, mas até agora ninguém negociou nada conosco, disse o morador Carlos Küster à reportagem da RBS TV.

Outra preocupação dos moradores é com relação ao futuro dos jovens das comunidades atingidas caso as indenizações não sejam do valor que eles preveêm. _ Filho de agricultor não tem outra profissão e será um risco muito grande se os nossos jovens tiverem que sair da lavoura para a cidade grande sem trabalho _ desabafou Carmosino Alves Ferreira.

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Os manifestantes garantem que só terminarão o protesto quando representantes da UHE São Roque os chamarem para negociar e os valores das indenizações forem definidos em comum acordo.

O que diz a empresa

A UHE São Roque esclarece através de nota que não concorda com qualquer tipo de ação que não seja realizada por meio do diálogo. Desde o final de 2013, quando saiu a licença de instalação da Fatma, a empresa afirma que intensificou o contato com as prefeituras e com os atingidos, esclarecendo dúvidas e deixando todo o processo o mais transparente possível.

Em setembro, a empresa começou a entrega das avaliações. Os valores baseiam-se em pesquisa de preços realizada seguindo rigorosamente o que determinam as normas técnicas da ABNT.

“Os valores resultantes para cada propriedade, obviamente, variam de acordo com as características de cada uma: a qualidade das terras, as benfeitorias nelas existentes, a facilidade de acesso, nível de manejo, etc, não sendo possível falar em uma média. Por isso as avaliações são explicadas detalhadamente para cada proprietário”, afirma a UHE.

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Com relação à discordância de valores, na reunião já citada, a São Roque afirma que se prontificou a aferir a pesquisa com acompanhamento de representantes indicados pelos proprietários. “A proposta não foi aceita”, segundo a usina.