Pelo menos 45 pessoas morreram neste domingo no Iraque em uma série de atentados com carros-bomba, o que eleva o número de vítimas a mais de 640 em outubro. Trinta e três pessoas morreram em Bagdá e sua periferia, em áreas de maioria xiita, nas explosões de nove carros-bomba. As explosões, que aconteceram em oito pontos da capital iraquiana e seus arredores, deixaram mais de 90 feridos.

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O atentado mais violento aconteceu em uma área comercial da zona norte de Bagdá, no bairro de Shaab, onde cinco pessoas morreram e 17 ficaram feridas nas explosões de dois carros-bombas. As outras explosões aconteceram nos bairros de Bayaa, Baladiyat, Mashtal, Hurriyah e Dura, na capital. Também foram registrados ataques em Saba al-Bur e Nahrawan, perto de Bagdá.

O ataque em Mashtal teve como alvo um ponto de ônibus. Nos bairros de Bayaa, Dura e Saba al-Bur os alvos eram zonas comerciais. Para limitar o risco de atentados com carro-bomba, as autoridades iraquianas passaram a aplicar no mês passado um sistema pelo qual os moradores só podem dirigir um veículo de dois em dois dias, mas a medida não conseguiu conter a espiral de violência.

Também neste domingo, 12 pessoas, civis e militares, morreram na explosão de um carro-bomba diante de um banco de Mossul, norte do Iraque. A explosão aconteceu quando soldados iraquianos estavam em fila para receber os salários. Vinte pessoas ficaram feridas no atentado. Na mesma cidade, um carro-bomba explodiu perto de um posto militar. O ataque matou uma mulher e deixou oito feridos. Homens armados mataram dois civis xiitas na região de Muqdadiyah, ao nordeste da cidade de Baaquba.

Escalada da violência

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A violência no Iraque retornou a níveis que não eram observados desde 2008, o que aumenta o temor da volta do conflito sectário entre sunitas e xiitas de 2006 e 2007, que provocou milhares de mortes. Apenas no mês de outubro morreram mais de 640 pessoas. Desde janeiro, mais de 5.300 mortes foram registradas em ataques. O aumento da violência acontece em meio ao descontentamento da minoria sunita, que estava no poder na época de Saddam Hussein, com o atual governo dominado pelos xiitas. O governo é acusado de ordenar prisões arbitrárias.