Um suicida se explodiu nesta quarta-feira perto da base aérea de Bagram, no Afeganistão, deixando ao menos três feridos, em um atentado reivindicado pelos talibãs “em represália” à difusão de um panfleto considerado “ofensivo”.
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O autor do ataque se deslocava de motocicleta perto de Bagram, no distrito de Qarabagh, a 50 km ao norte de Cabul, segundo um porta-voz do Ministério do Interior, Najib Danish. A explosão deixou pelo menos três feridos, acrescentou.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) confirmou uma “explosão do lado de fora de um posto de controle de Bagram”, afirmando que causou “um pequeno número de vítimas”, que receberam atendimento médico. “Bagram está segura e o incidente está sendo investigado”, precisou.
Um porta-voz dos talibãs, Zabihulá Mujahud, assegurou que o atentado suicida visava “os invasores americanos” e foi executado “em represália ao insulto à fé islâmica”, em alusão à recente divulgação na província de Parwan, pelas forças americanas, de um panfleto considerado ofensivo.
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Segundo ele, o atentado deixou “mais de 20 mortos e feridos”.
Horas antes, as forças americanas no Afeganistão pediram perdão pela divulgação desses folhetos.
Em uma foto sem autenticação do panfleto, que circula pelas redes sociais, vê-se um leão que persegue um cão branco – cor da bandeira talibã -, em cujo corpo está escrito “Não há nenhum Deus além de Alá, e Maomé é seu profeta”.
Alguns muçulmanos consideram os cães seres impuros, motivo pelo qual a associação desses animais com o Islã causou irritação no país, bastante devoto.
“Recuperem a liberdade tirada por esses cães. Ajudem as forças de segurança a eliminar esses inimigos”, convida o folheto distribuído na província central de Parwan, perto de Cabul.
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Regularmente, as forças da Otan espalham panfletos no Afeganistão para tentar dissuadir a população de apoiar os rebeldes talibãs.
Nas redes sociais, muitos usuários condenaram esse documento. “Morte aos infiéis, morte a seus servidores”, postou um deles no Facebook.
“Fazem isso em um país onde 99,9% da população é muçulmana. Vamos ver como reagem [os insurgentes]”, disse outro internauta.
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Encarregado das operações especiais dos Estados Unidos e da Otan no Afeganistão, o general James Linder apresentou suas desculpas em um comunicado, reconhecendo que se cometeu um “erro”.
“O design dos panfletos continha, por erro, uma imagem muito ofensiva para os muçulmanos e para o Islã. Apresento minhas sinceras desculpas. Temos o mais profundo respeito pelo Islã e por nossos sócios muçulmanos no mundo”, afirmou.
* AFP