Pelo menos 75 pessoas morreram e mais de 130 ficaram feridas, neste domingo, em um atentado suicida em Bagdá reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), o pior ataque na capital iraquiana do ano. A ação ocorreu em uma rua comercial do bairro de Karrada, onde muitas pessoas costumam fazer suas compras antes da festa do fim do Ramadã.
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O primeiro-ministro, Haider al Abadi, foi pela manhã ao local do atentado e prometeu punir os responsáveis. Entretanto, os habitantes estão furiosos diante da incapacidade do governo em impedir esse tipo de ataque. Um vídeo, que circula nas redes sociais, mostra homens lançando pedras contra um comboio que parece ser o de Abadi.
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A explosão também deixou vários imóveis e lojas arrasados pelas chamas. O EI afirmou que um de seus combatentes detonou um carro-bomba perto de uma reunião de muçulmanos xiitas, segundo o centro de acompanhamento de grupos terroristas SITE.
O ataque foi registrado uma semana após o Estado Islâmico ter perdido a cidade de Fallujah, reconquistada no dia 26 de junho pelas tropas governamentais iraquianas, com o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
O atentado demonstra que, apesar das derrotas sofridas no Iraque e na Síria, o EI mantém sua capacidade operacional e é capaz de atacar longe de suas bases. O grupo, que reivindicou vários atentados em Bagdá e em outros pontos do Iraque, conquistou em 2014 grandes extensões do país, mas desde então perdeu espaço.
A única das principais cidades que ainda está sob seu controle é Mossul, no Norte, a segunda do país. As tropas iraquianas lançaram várias ofensivas para recuperá-la.
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O último ataque de grande porte do EI em Bagdá ocorreu em 17 de maio. Foi um duplo atentado que deixou 50 mortos e mais de 100 feridos.
Os atentados são uma amostra da incapacidade do governo em tomar medidas eficazes, apesar do apoio da coalizão internacional que treina as tropas iraquianas na luta antiterrorista. A eficácia dos detectores de explosivos e dos controles para entrar na capital é questionada. Muitos acreditam que a verificação dos documentos de identidade e dos veículos é realizada de forma superficial.
O ataque deste domingo também ocorreu dois dias após o Pentágono anunciar a morte de dois chefes militares do EI em um ataque da coalizão perto de Mossul, em 25 de junho.
No bombardeio, “morreram Basim Mohamed Sultan al-Bajari, o vice-ministro de guerra do EI, e Hatim Talib al-Hamduni, um comandante militar de Mossul”, segundo a mesma fonte.
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Ambos eram dois dos “principais responsáveis militares do EI no norte do Iraque” e sua morte permite “preparar o terreno para que as tropas iraquianas libertem Mossul com o apoio da coalizão”.
Os Estados Unidos esperam concluir a campanha militar contra o grupo Estado Islâmico até o fim do verão de 2017. Conforme o diretor da CIA, John Brennan, embora o EI tenha perdido terreno em seus redutos de Iraque e Síria, mantém intactas suas capacidades para cometer atentados terroristas.