Duas explosões deixaram 71 mortos e 124 feridos em um terminal rodoviário perto de Abuja, que foi visitado pouco depois pelo presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, que prometeu acabar com a insurreição do grupo islamita Boko Haram.
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As explosões aconteceram no terminal de Nyanya, cinco quilômetros ao sul da capital da Nigéria, às 6h45min (2h45min de Brasília). Também atingiram vários ônibus e lojas próximas.
Nenhum grupo reivindicou o atentado, mas a capital do país foi cenário em várias ocasiões de ataques do grupo islamita Boko Haram, que deseja criar um estado islâmico no norte da Nigéria, de maioria muçulmana.
– Perdemos muitas pessoas – declarou o presidente Jonathan no terminal de Nyanya, onde prometeu acabar com a insurreição do grupo islamita. – O Boko Haram é uma página negra na história de nosso desenvolvimento, mas vamos virar a página. O assunto Boko Haram é temporário – completou.
O porta-voz da polícia, Frank Mba, declarou que os feridos estão recebendo atendimento em hospitais de Abuja e das redondezas. O diretor dos serviços de resgate da agência nacional de gestão de emergências, Charles Otegbade, havia anunciado que uma das explosões teve origem em um veículo estacionado dentro do terminal.
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O atentado ocorreu em um horário de muito movimento, quando a estação tinha muitas pessoas que seguiam para o trabalho em Abuja, afirmou o porta-voz da agência nacional dos serviços de emergência, Manzo Ezekiel.
A capital da Nigéria é cenário de ataques frequentes do grupo islamita Boko Haram, incluindo um atentado contra um prédio da ONU em 2011 que matou 26 pessoas.
Ações do Boko Haram deixaram milhares de mortos desde 2009
Em outubro de 2010, durante os 50 anos da independência do país, atentados deixaram 12 mortos perto do local da cerimônia oficial. Mas a ação foi atribuída a outro grupo armado sem vínculos com o Boko Haram. O ataque foi reivindicado pelo Movimento pela Emancipação do Delta do Níger (Mend), um grupo armado que perturbou durante anos a indústria petroleira do sul da Nigéria.
As ações do Boko Haram deixaram milhares de mortos desde 2009, segundo a Anistia Internacional. Mas os ataques mais recentes se concentram no nordeste da Nigéria, seu reduto histórico, onde o exército realiza uma grande ofensiva contra os islamitas.
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O novo ataque coloca em dúvida as declarações do exército sobre a perda de força do grupo islamita. O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, declarou recentemente em um vídeo que o grupo pretendia atacar fora do nordeste do país.
A Nigéria, maior produtor africano de petróleo, está dividida entre o norte de maioria muçulmana e o sul de maioria cristã.