O ministro sírio da Defesa, Daud Rajha, e o cunhado do presidente Bashar Al-Assad, Asef Shawkat, morreram nesta quarta-feira em um atentado suicida na sede da Segurança Nacional no centro de Damasco, que deixou, além disso, feridos o ministro do Interior, Mohamed Ibrahim al-Shaar, e vários oficiais do regime.

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O ministro Rajha é o primeiro alto dirigente do regime sírio que morre dede o começo da revolta contra o regime Assad, em março de 2011. A explosão foi realizada por um camicase munido de um cinturão de explosivos e aconteceu poucas horas depois de uma votação no Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução que ameaça a Síria com novas sanções.

– O general Daud Rajha caiu como mártir no atentado terrorista contra o edifício da Segurança Nacional – anunciou a televisão estatal.

Chefe adjunto do Exército, o general era de confissão cristã. Segundo o canal, o atentado aconteceu durante uma reunião de ministros e dirigentes da segurança. O alvo do atentado foi o ultraprotegido prédio da Segurança Nacional, símbolo da repressão, localizado no bairro de Rawda, centro da capital.

Fontes da segurança afirmaram à AFP que vários feridos, entre os quais o ministro do Interior, Mohamed Ibrahim al Shaar, foram levados para o hospital Al Shami na capital.

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– O Estado e todas suas instituições estão sendo atacados. É uma guerra aberta contra todos os sírios – comentou um deputado, Khaled al Abbud.

– Há elementos exteriores que atuam para a destruição do Estado sírio – acrescentou, acusando os Estados Unidos e seus “instrumentos” no interior do país.

Na véspera, os rebeldes sírios lançaram a chamada “batalha pela libertação” de Damasco, onde violentos combates foram travados com a entrada em ação pela primeira vez dos helicópteros do Exército, intensificando ainda mais a violência, que deixou pelo menos 86 pessoas mortas em todo o país.

Em Moscou, o emissário internacional Kofi Annan, que tenta ressuscitar o seu plano de paz, afirmou que a violência na Síria chegou a um “ponto crítico”, após a Cruz Vermelha Internacional ter classificado o conflito armado de “guerra civil”.

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A Rússia, principal aliada do regime de Assad, bloqueou todas as resoluções na ONU que condenavam a repressão. Em Nova York, as negociações sobre um novo mandato dos observadores na Síria enfrentam um impasse.

Os ocidentais insistem na aprovação de uma resolução que ameace o regime com sanções, enquanto a Rússia rejeita essa possibilidade. Segundo o chanceler russo Serguei Lavrov, que classificou os combates que acontecem neste país de decisivos, declarou nesta quarta-feira que a Rússia não permitirá que o Conselho de Segurança adote uma resolução que implique apoio da ONU a uma “revolução” na Síria.

– Neste momento, ocorrem combates decisivos na Síria. E a adoção de uma resolução (ocidental) seria um apoio direto a um movimento revolucionário. Se é uma revolução, a ONU não tem nada a ver com isso – declarou Lavrov.

Iniciada em março de 2011, a revolta popular, violentamente reprimida pelo regime, degenerou em conflito armado entre soldados e rebeldes. Mais de 17 mil pessoas morreram no país em 16 meses, segundo o OSDH.

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